No debate realizado pelo SBT, em parceria com o UOL e a Folha de S. Paulo na noite de quarta-feira,26, os candidatos ao planalto criticaram a polarização política no país. Para o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), mais da metade da população não quer nem o PT e nem o “candidato da discriminação” na presidência.
“De um lado a volta do PT que levou o país a 13 milhões de desempregados com uma irresponsabilidade com a questão das contas públicas. Um projeto de poder só para ganhar a eleição. O Brasil é secundário. De um outro lado, evitar também a insensatez de um candidato que não tem as menores condições, que representa o que há de mais atrasado na política brasileira com uma intolerância num país tão plural como é o Brasil”.
Diferentemente dos debates anteriores, onde as perguntas e respostas entre os presidenciáveis eram realizadas por meio de sorteios, pela primeira vez os candidatos puderam escolher a quem direcionariam as perguntas.
O presidenciável do MDB, Henrique Meirelles, comparou o debate com um ringue. Segundo ele, os candidatos estavam brigando entre si sem discutir o que de fato é importante para a população.
“O que nós vimos aqui hoje foi um ringue e um show. Todos brigando contra todos, mas ninguém brigando pelo o que de fato interessa a você. A minha briga é por emprego, renda e dignidade para você. Isto se conquista com trabalho, isto se conquista com um candidato eleito presidente da República que tem competência, já mostrou resultado como eu mostrei que sei criar empregos e que seja alguém honesto e que tenha uma vida limpa.”
O presidenciável Cabo Daciolo (Patriota) roubou a cena, assim como fez no primeiro encontro entre os candidatos, em agosto na Band. Durante o debate do SBT ele amenizou o clima tenso entre os demais candidatos e tentou ensinar economia a Henrique Meirelles (MDB), que é ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central. Daciolo disse que será eleito no primeiro turno.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de incluir o PT em cargos de confiança e ministérios de seu governo, o candidato do PDT, Ciro Gomes, afirmou que prefere liderar sem o partido.
“Eu francamente se puder governar sem o PT eu prefiro. Porque nesse momento o PT representa uma coisa muito grave para o país. Menos pelos benefícios que não foram muito poucos que produziu. Mas mais porque transformou-se em um estrutura de poder odienta que acabou criando o Bolsonaro. Essa aberração. E esse conflito entre os dois vai levar o país pra um fundo do poço que eu não quero testemunhar que aconteça.”
Sem a participação do candidato líder nas pesquisas Jair Bolsonaro (PSL), que segue internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, após ter sido esfaqueado durante um ato de campanha, os presidenciáveis direcionaram críticas ao segundo colocado, Fernando Haddad, do PT.
Haddad também entrou em confronto com a candidata da Rede, Marina Silva. Em reposta a afirmação de Marina de que o PT foi o responsável por colocar Michel Temer no cargo de presidente, Haddad alegou que a ex-presidente Dilma Rousseff teria sido traída pelo atual presidente.
“Me desculpe mas quem colocou o Temer lá foram vocês. O Temer traiu a Dilma e não conseguiria chegar a presidência se não fosse o apoio da oposição. Você participou desse movimento pelo impeachment para colocar o Temer lá com as consequências conhecidas”
Também participaram do debate os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos).
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