O Canadá tornou-se nesta quarta-feira (17) a primeira grande economia mundial a legalizar a maconha para fins recreativos. Já pela manhã havia filas diante de lojas de produtos de cannabis em diferentes localidades do país.
“Vou fazer uma placa com data, hora e tudo. Isso nunca será realmente fumado. Vou guardá-la para sempre”, disse à rede CNN o cliente Ian Power, um dos primeiros a comprar maconha em St. John’s, uma cidade no leste canadense.
A aprovação representa um marco histórico, permitindo que os canadenses adultos fumem maconha para fins recreativos após uma proibição de quase um século.
No entanto, uma confusão jurídica tornará difícil que os usuários aproveitem desa novidade nas maiores cidades do país, como Toronto e Vancouver, que não terão lojas abertas.
Os governos provinciais do Canadá só aprovaram até agora um número pequeno de lojas e existe uma escassez da erva fornecida a elas. Por isso, a maioria dos canadenses provavelmente continuará, por enquanto, se abastecendo no mercado negro.
“Haverá muitas comemorações no dia e serão quase todas com maconha ilegal” em algumas das maiores cidades do Canadá, disse Brad Poulos, instrutor e especialista em negócios de maconha da Universidade Ryerson de Toronto.
“Os usuários de maconha recreativa do Canadá… simplesmente continuarão com suas fontes (atuais) de fornecimento até o sistema legal se atualizar.”
Apesar da falta de lojas nas grandes cidades do país, os consumidores do Canadá poderão comprar maconha legal pela internet, seja em sites administrados por governos provinciais, seja em varejistas licenciados, mas a entrega pode demorar alguns dias.
O objetivo da legalização é justamente tentar conter o mercado negro e seu uso entre os jovens, ainda que em meio a preocupações em torno da saúde pública e a segurança da legalização.
Trabalhadores de saúde pública sustentam que fumar maconha faz tanto mal quanto o tabaco, mas agradecem a oportunidade que a legalização traz de um diálogo aberto.
A polícia, por sua vez, se prepara para um aumento da incidência de motoristas dirigindo sob efeito da droga e não está pronta ainda para apresentar três novas denúncias criminais, que exigem coletar amostras de sangue duas horas depois da detenção para se detectar níveis acima do limite de THC, o agente psicoativo do cannabis.
G1