As feiras-livres, que geralmente acontecem uma ou duas vezes por semana em espaço público é onde se compra e vende mercadorias, principalmente no comércio de alimentos, em especial os hortifrutigranjeiros, havendo também venda de produtos cárneos e oferta de outros serviços no mesmo espaço geográfico, mas os comerciantes já estão sofrendo com a crise econômica que chegou ás barracas de feiras-livres nas cidades do território do sisal.
Este cenário é visível nas feiras levando em consideração a tradição das pessoas que moram no interior destes municípios (zona rural) e que tinham nestes dias o costume de vender, comprar e até se divertirem durante todo o dia.
O feirante Antonio Alves dos Santos, natural de Senhor do Bonfim, há 40 anos comercializa calçados todas as sextas-feiras em Monte Santo e segundo ele a categoria precisa ter jogo de cintura para não deixar os produtos encalhados nas bancas.
De acordo com o produtor Miguel Santos, alguns produtos de época até são encontrados em preços menores e no caso dele que comercializa produtos da agricultura familiar, consegue manter bons preços para o consumidor, mas quem compra para revender precisa diminuir a margem de lucro para atrair os compradores. Os produtos que ele comercializa são colhidos de sua propriedade que fica as margens do Açude de Camandaroba, município de Itiuba.
“O movimento na feira caiu com a crise e no final do mês as pessoas não têm mais dinheiro. Aqui (Valente) o movimento na feira-livre caiu 50% e tem semana que não vendo absolutamente nada”, falou Miraldo Brito Baldoino, residente em Conceição do Coité e que há 08 anos coloca barraca todos os sábados em Valente. Ele disse que tem um custo por feira de aproximadamente R$ 80 com despesas do veiculo que leva as mercadorias e alimentação.
Sivaldo Azevedo Carneiro natural de Conceição do Coité está há 30 anos atuando como camelô e ha oito “pega” a feira em Valente aos sábados. Ao falar para CN disse que além a crise que provocou a falta de dinheiro, outro agravante é a seca que assola a região.Ele disse que além de Valente, todas as segundas-feiras vai a São Domingos e na sexta, fica em Coité, onde o custo é menor por não ter despesas extras.
Jackson Oliveira, morador da cidade de Jacobina, comercializa banana há dez anos em Valente, mas seu pai está há 40 anos no ramo e também se queixa da crise. Ele disse que sua mercadoria não pode sobrar, pois é prejuízo total. “Quando sobra já tem uma pessoa aqui que compra e vendemos pra ele por um preço bem em conta. Nosso carro tem que voltar vazio, “que chova ou faça sol”, falou.
Redação CN