Pais, alunos e professores do Colégio Estadual Luciberto Oliveira dos Santos (CELOS), situado no Distrito de Santa Rita de Cássia, distante 18 km da sede do município de Valente se reuniram na noite de sexta-feira dia 23, para externar sua posição contrária a decisão da Secretaria de Educação da Bahia que deseja transformar aquela unidade escolar em um anexo de uma das duas escolas do estado situada na sede do município.
Inaugurado há dez anos, o colégio oferece o Ensino Médio da 1ª à 3ª série, formando três turmas, as quais funcionam no turno vespertino e a noite funcionam duas turmas, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Atualmente, são 115 alunos da própria comunidade e do seu entorno que abrangem os municípios de Santaluz e São Domingos.
Segundo a diretora, professora Zilda de Jesus Oliveira, por estar localizada no espaço rural a proposta pedagógica está voltada para essa realidade, onde a escola desenvolve projetos voltados para o social que levam em conta o contexto em que ela está inserida. Ela falou ao CN que a instituição oferece uma educação de qualidade objetivando a formação do ser humano crítico, consciente de seus direitos e deveres, e preparando-o para o mercado de trabalho e “isso é demonstrado pelo alto índice de ingresso de aluno dessa unidade nas universidades. Vale ressaltar que ao longo desses dez anos de história, o colégio tornou-se um importante patrimônio material e imaterial da nossa comunidade”, externou a professora Zilda.
A professora Zilda de Jesus disse ter ficado sabendo da possibilidade desta mudança através do diretor do Núcleo 04, responsável pela micro-região de Serrinha, Carlos Carneiro. “Não queremos perder nossa identidade”, falou a diretora.
Com seis salas de aulas a escola funciona com cinco professores, uma diretora, um secretário, dois porteiros e uma recepcionista. “Entendemos que o custo não é tão alto para o estado, levando em consideração a qualidade do ensino que se iguala a uma escola particular e uma prova disto são os filhos dos professores que todos eles estudam aqui”, falou a professora Ana Cláudia.
Outra preocupação da professora Cláudia é com a proposta pedagógica caso aconteça esse mudança para anexo, pois, segundo ela, as escolas apresentadas são todas da sede e com uma proposta pedagógica diferente.
Lucineide Moraes, mãe de um aluno, falou ao CN que antes seus filhos tinham que ir para Valente, pois não havia alternativa e “agora que temos uma escola nesse porte não podemos deixar isso acontecer”, apelou.
A aluna da 3ª série do Ensino Médio, Emily Cunha disse que não é possível perder o nome, a autonomia e identidade construída ao longo de dez anos.
Educadores e alunos pedem apoio ao deputado Alex da Piatã
Além da mobilização da comunidade, os professores pediram a interferência do deputado estadual Alex da Piatã (PSD) junto a Secretária de Educação para que o desejo da comunidade prevaleça. O Social Democrata garantiu todo esforço neste sentido e esta agendando uma audiência para que uma comissão de professores e pais possa ir até Salvador para uma conversa com a Secretaria.
Diante da repercussão com a notícia de fechamento de algumas escolas no estado, o governador Rui Costa (PT) convocou uma reunião com integrantes da área de educação para tratar do assunto e deve acontecer até a próxima segunda-feira (26).