.O DOMINGO tem um significado profundamente religioso. O repouso semanal é um direito de todo o cidadão. Não é apenas um dia de tempo livre para viagens, passeios e divertimentos. No domingo pode existir o futebol, o lazer, a praia, mas não podemos parar por aí. O domingo precisa ser um dia diferente, com tempo, especial, para a família e para Deus.
PORÉM, ultimamente, em vários países, inclusive de tradição cristã, surgiram práticas movidas pelas condições socioeconômicas que tendem a dar ao Domingo caráter de um dia “livre”, de um “feriado” ou simplesmente o vêem como “fim de semana”. É uma concepção perigosa porque o domingo deixa de ser o Dia do Senhor e passa a ser um dia qualquer, sem a referência a Deus.
O MUNDO do comércio passou a ver o domingo como “dia perdido” para a economia. Lojas, supermercados, fábricas, passaram, então, a abrirem suas portas aos domingos e dias santos, pois não podem ter prejuízos; agricultores e pecuaristas, por causa dos contratos, trabalham sem parar e sem descanso. A inobservância do domingo fere não só a vida dos funcionários dessas empresas, mas a vida de suas famílias.
OS CRITÉRIOS familiares, religiosos e morais não podem ser substituídos pelos critérios exclusivamente econômicos. Há um dever fundamental de santificá-lo com o culto a Deus e com o repouso. O lucro – quando colocado em primeiro lugar na escala dos valores – passa a tornar-se um ídolo. Ele tenta ocupar o lugar de Deus. E quando o dinheiro passa a ocupar o primeiro lugar, a vida humana torna-se sem valor.
O DOMINGO nos recorda o dia da ressurreição do Senhor Jesus, chamado de primeiro dia da semana. (Mt 28,1). Portanto, pode–se com razão dizer, que o “dia do Senhor” é o “senhor dos dias”. Os cristãos não podem deixar de acolher o significado deste dia semanal: o domingo é o dia da ressurreição é o dia dos cristãos, é o dia de viver com a família, ir a igreja e celebrar a Ressurreição de Jesus na comunidade.
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
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