O Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) decidiu suspender todos os atendimentos aos segurados do Planserv, mantendo apenas os de urgência e emergência. Segundo informações do Sindimed, a medida entra em vigor a partir da tarde desta quarta-feira (6) e vai impactar até nas consultas que já estavam agendadas.
Ainda de acordo com o Sindimed, a medida foi adotada após inúmeras tentativas de negociação dos valores das tabelas que regem consultas e procedimentos médicos e que estão desatualizadas.
Eles alegam ainda que, embora as discussões com os representantes do Planserv estejam sendo pautadas, desde dezembro de 2018, nenhum avanço foi obtido. “Os cortes realizados em relação ao repasse do Poder Executivo Estadual atingem o valor aproximado de R$200 milhões repercutindo diretamente sobre os 500 mil usuários do plano, os quais tiveram – em paralelo – a sua contribuição previdenciária aumentada de 12% para 14%”, informa o Sindimed, em nota.
Em comunicado, o Planserv informa que mantém relação contratual apenas com as entidades de saúde – clínicas, hospitais e laboratórios-, não havendo nenhum vínculo, portanto, com profissionais de saúde, enquanto profissionais liberais, registrados como pessoa física.
O Planserv informa ainda que “adotará todas as medidas cabíveis para que sejam cumpridos os contratos com as entidades de saúde, garantindo o atendimento aos beneficiários, sem nenhum custo extra”.
O Planserv atende hoje a 520 mil pessoas e, somente no ano passado foram realizadas 1,6 milhão de consultas eletivas; 14 milhões de exames e 550 mil atendimentos de emergência. O plano conta com uma rede de 1,4 mil prestadores em todo o Estado.
“Infelizmente a situação se arrasta desde o ano passado e a retenção do teto para as unidades hospitalares acaba prejudicando os médicos. Profissionais de diversas especialidades têm trazido queixas para o sindicato, em função do congelamento progressivo da tabela. O valor pago por alguns procedimentos, inclusive, já se aproximam ao da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde)”, explica a presidente do Sindimed, Ana Rita de Luna Freire Peixoto.
Ela ressalta ainda ainda que a inflação cresceu ao longo dos anos, impactando nos custos operacionais da categoria e fazendo com que a conta não feche. “Tivemos aumento do custo de luz, de água, do salário mínimo que pagamos aos funcionários, mas sem o reajuste da tabela essa conta não se paga”, explica.
A decisão do Sindimed ocorre um mês depois dos anestesistas anunciarem a suspensão a todos os beneficiários do Planserv. Na ocasião, em nota divulgada pela Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia (Coopanest-BA), a entidade afirma que a decisão é consequência da falta de negociação de reajuste junto ao plano dos servidores estaduais, que se arrasta desde o ano de 2017.
Ainda de acordo com a cooperativa, desde 2010 não houve qualquer tipo de reajuste dos honorários médicos. Foram mantidos apenas os procedimentos de urgência e emergência, que serão realizados independente de qualquer depósito prévio. A cobrança ao paciente deve ser feita posteriormente.
Fonte: Correio