Os meninos já chegaram criando problemas, não para o pai que já deve estar acostumado, pois se vê que foram mal-educados, mas para o Brasil que sempre vai de mal a pior e nunca se vê no horizonte o fim do seu mau caminho.
Desde a campanha política de 2018 já se dizia que um dos filhos de Bolsonaro era mais criador de problemas que os outros e quem seria quem, vá saber, e que o presidente não tinha voz ativa, de comando, nem conseguia impor respeito, pois estava acabando de reatar com o mais novo deles – que havia se distanciado quando Bolsonaro se casou com a Michelle e colocou o filho para disputar cargo de deputança com a ex– e voltara no período da eleição. Daí que Bolsonaro tinha medo de contrariar a criança; que de birra voltaria poderia se afastar de novo.
Seria uma bela preocupação de pai se o pai não fosse o presidente do Brasil e em que cada ato ou palavra vã leva tudo a perder: a economia, as instituições, as garantias, o ânimo dos brasileiros. Se Bolsonaro não titubeasse tanto com certeza já tinha mandado os filhos para escanteio. O governo só está começando e os filhos já criaram tantos ou mais problemas do que no folclórico governo de Leonel Brizola, nos anos 1980 no Rio de Janeiro, quando sua filha Neuzinha o colocava em saias justas o tempo todo, mimado que o era e piradinha. Mas era do bem, como sua tchurma!
Os filhos de Bolsonaro estão criando problemas e com certeza criarão mais pois são “empoderados” por demais, ou como diria minha avó, sem cabresto. O Eduardo já ameaçou o STF. O Flávio está envolvido com as denúncias de lavagem de dinheiro na Assembleia do Rio de Janeiro, com o motorista Queiróz e com as milícias. Já chamou de sonsa a deputada Joyce Halssemann, do seu partido. O Carlos acaba de criar o mais novo drama para o país, classificando o ministro Gustavo Bebianno de mentirosão. O ministro havia dito que falara com Bolsonaro sobre seu problema envolvendo os laranjas que receberam dinheiro do PSL e nem voto tiveram. O Carlos é chamado de pitbull pelo pai. Anda armado. Tem as senhas do presidente na internet.
Eduardo Bolsonaro já saiu em defesa do irmão no caso de Bebianno e chamou o deputado de jumento. A situação tem desagradado aos membros do Congresso Nacional que já levantam a possibilidade de começarem a criar problemas para a aprovação dos projetos do Executivo. O próprio Bebianno, do interior da sua angústia, demonstrou estar muito arrependido de ter apoiado Bolsonaro na campanha para presidente e disse pedir desculpas ao país por ajudar a eleger “um presidente tão fraco”. Virou um bolsominion arrependido.
No fim de semana os filhos de Bolsonaro sacramentaram, eles mesmos, a demissão do ministro da secretária-geral da Presidência, como se estivessem passando por cima do presidente. Mas, a sensação existente é de que Bolsonaro está tirando a pipoca com a mão do gato. Usando os filhos para consumar os fatos sem deixar suas digitais. Coisas do Brasil de um Brasil sem noção e filhos sem freios. Diria minha avó.
FILHOS DA PAUTA
Para quebrar o tema (e o subtítulo é só coincidência), domingo que vem o ressuscitado bloco reunindo jornalistas e afins “Filhos da Pauta” vai sair no Furdunço com concentração na Barra no Che Lagarto. O “Filhos da Pauta” nos anos 1970 e 1980 era um bloco de resistência com inspiração em Baco, um grupo de jornalistas etílico/político. Pois, uma nova geração de profissionais o ressuscitou depois de décadas esquecido e tive a honra de ser convidado para padrinho, com muito orgulho e a madrinha será a apresentadora Camila Marinho. Quem quiser participar do “Filhos da Pauta – News” pode falar com a jornalista Marcel Souza: 99208-5605.
Escritor e jornalista: [email protected]