Os beneficiários do PLANSERV em todo Estado da Bahia, ao todo mais de meio milhão entre servidores públicos estaduais e dependentes, desde o dia 7 de janeiro deixou de contar com médicos anestesistas depois que a Cooperativa da categoria não chegou a um acordo com a administração do plano de saúde, e de lá para cá, o que se ouve é reclamação dos beneficiários que ao chegarem nos hospitais e clinicas conveniados com o plano são informados que para que seja realizado algum tipo de procedimento cirúrgico é preciso que o contribuinte pague as despesas do anestesista.
A medida foi tomada porque, segundo o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), os valores pagos pelo plano, aos médicos, não são reajustados há 10 anos e depois de várias reuniões Diretoria e Cooperativa não chegaram a um acordo e os beneficiários estão “pagando o pato”.
O Calila Noticias recebeu uma série de reclamações e abriu o espaço para que os beneficiários relatassem cada situação em busca de resposta dos setores responsáveis.
A beneficiária Maria Luzia Gomes da Silva reside em Senhor do Bonfim, distante cerca de 400 km de Salvador. Segundo ela, estava tudo certo para fazer a cirurgia de catarata em Janeiro deste ano e antes de marcar a data exata e fazer os exames, recebeu um telefonema do Hospital da Bahia informando que a unidade estava sem aporte financeiro e pedindo para aguardar novo contato (que nunca veio) ou quando ela fosse a Salvador procurasse o hospital para saber se já tinha algo em vista.
“Uso óculos há muitos anos e meu oftalmologista (que atende no Hospital da Bahia em Salvador) recomendou operar de catarata mais precisamente em 17/08/2018. Saí do consultório médico com as requisições de vários exames pré-operatórios, que não cheguei a fazer poque antes precisava da liberação do Planserv. No mesmo dia estive com a funcionária de prenome Renata, para entregar as requisições para ser dado encaminhamento na autorização do plano. Em janeiro recebi um telefonema do hospital informando que apesar do plano ter liberado a cirurgia, o hospital encontrava-se impossibilitado de marcar por não ter aporte financeiro. E que eu aguardasse novo contato ou fosse até o hospital posteriormente”, lamenta Maria Luzia.
Cerise Tosta Santos reside em Salvador é beneficiária do Planserv, segundo ela seu pai Antônio Brasil dos Santos de 86 anos, titular do plano e associado ha mais de 30 anos, está precisando fazer uma – Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica – CPRE por conta de uma prótese que foi colocada no Hospital Aeroporto no dia 28 de novembro do ano passado e o médico recomendou que fosse retirado dois meses depois, ou seja em 28 de janeiro, “e o Planserv autorizou o Hospital Aeroporto fazer a CPRE só que o hospital alegou que não irão fazer porque o Planserv deve milhões aos hospitais. Eu retornei para o Planserv e coloquei a situação e desde o dia 12 de fevereiro o plano disse que vai tomar providencias e está a procura de outro hospital para que o procedimento aconteça e até hoje nada”, afirma Cerise.
A senhora Nielza da cidade de Barreiras disse que paga o Planserv há 34 anos e nunca precisou realizar algo mais complexo e surgiu a necessidade de fazer uma cirurgia no pé, passou por um especialista que disse a ela que teria que operar o tendão de aquiles, “este mesmo médico encaminhou o pedido da cirurgia para o Hospital Santa Isabel, mas estão negando e a junta médica alega que não tem necessidade de utilizar o material que o médico está pedindo, ai questionei: será que os médicos da junta querem saber mais do que aquele que vai fazer a cirurgia? Eu só sei que até hoje o Planserv vem negado a realização da cirurgia”, disse Nielza que precisa viajar quase novecentos quilometro para tal procedimento.
Aloizia Barros de Oliveira 43 anos, professora e usuária do Planserv há 18 anos, reside em Conceição do Coité. Ela fez cirurgia bariátrica há 1 anos e 9 meses e no ultimo dia 08 começou a encaminhar para fazer uma cirurgia reparadora no abdômen. Foi até um cirurgião plástico para avaliação e “fui informada pelo mesmo que o hospital de realização da cirurgia está sem anestesista, questionei sobre o fato e a única coisa que ele falou é que teríamos que aguardar para que se resolva o quanto antes e que esse problema já dura dois meses”, disse.
“Fico extremamente indignada com essa situação, pois, além de pagar um plano que não é barato, que pagamos mais do que usamos, nos deparamos com essa situação. Sou do interior e tenho que custear a viagem para capital que é muito caro e não irei apenas duas ou três vezes e ainda ter que pagar por anestesista é um absurdo, pagar eu já pago e se preciso for vou procurar meus direitos na justiça. Afinal pra que o ‘Plan serve?’ Finalizou.
Aloizia chamou atenção inclusive para o fato de há dois meses o Planserv vem arrecadando os mesmos valores dos beneficiários e não está tendo despesas com anestesistas.
O CN entrou em contato com outras pessoas indignadas com a mesma situação, porém até a publicação desta reportagem não encaminharam os depoimentos, entretanto todos são unanimes em afirmar que esperam uma atitude por parte do Governo, pois, os beneficiários não podem mais arcar com este ônus.
Redação CN