Os professores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) iniciaram na manhã desta terça-feira (9) uma greve por tempo indeterminado. Diante da suspensão das atividades, os estudantes estão sem aula nos campi das três instituições estaduais.
Os professores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) não participa do ato, mas estão em estado de greve e podem deflagrar a paralisação ainda nesta semana.
Em Conceição do Coité onde está o Campus XIV da Uneb portando cartazes, professores, alunos e idosos da Universidade da Terceira Idade ocuparam o pátio da unidade de ensino onde representante de cada categoria justificou a participação.
Nem mesmo o anuncio de liberação por parte do Governo no inicio da noite de segunda-feira, 08, de R$ 36 milhões para as universidades durante uma reunião com reitores das universidades impediu a deflagração da greve por tempo indeterminado.
A professora de História Ediane Lopes foi uma que não perdeu a oportunidade de se manifestar, ela ressaltou o envolvimento de todos ao se referir a participação dos professores, estudantes jovens e da terceira idade que em busca dos seus ideais estão unindo forças. “Todo mundo está entendido quanto a universidade é importante e o quanto as universidades estão sofrendo com o processo de sucateamento. Se a gente levar em consideração o que aconteceu no ano de 2018 que congelou o investimento em educação nos próximos 20 anos, a gente está apenas em 2019 e já sente a dificuldade que é a falta deste investimento nas universidades”, lamentou a professora.
Quanto ao anuncio de liberação de R$ 36 milhões para as universidades, Ediene disse ao Calila News que não chega nem perto do que é necessário para as universidades, ela lembra que só a UNEB tem 24 Campi – Ouça
O estudante de História, Gilcley disse que além de apoiar os professores o movimento estudantil também tem diversas reivindicações próprias, e uma das principais delas é a permanência, pois, segundo ele “a entrada é pré-garantida, mas a permanência é dificultada em relação as bolsas que atrasam, não abre editais e consequentemente não nos dá garantia aqui dentro”, afirma o estudante.
Presente também e apoiando a greve estavam dezenas de idosos estudante da Universidade da Terceira Idade – UATI que embora não tenham prejuízos diretos, se sensibilizaram com a situações dos professores.
A senhora Laurita Simões coordenadora do Grupo de Terceira Idade de Bem com a Vida disse que a participação é também por retribuir o apoio recebido por parte dos docentes, porque segundo ela, “se tudo correr bem para eles é bom pra gente também”, disse Dona Laurita.
Ainda segundo Laurita são cerca de 60 idosos na UATI sob a coordenação do professor Henrique.
Reivindicação dos professores
- Destinação de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) do Estado da Bahia para o orçamento anual das universidades estaduais. Atualmente, esse índice é de aproximadamente 5%, segundo categoria;
- Reposição integral da inflação do período de 2015 a 2017, em uma única parcela, com índice igual ou superior ao IPCA;
- Reajuste de 5,5% ao ano no salário base dos docentes para garantir a política de recuperação salarial, referente aos anos de 2015, 2016 e 2017;
- Cumprimento dos direitos trabalhistas, a exemplo das promoções na carreira, progressões e mudança de regime de trabalho. Atualmente, conforme categoria, só na Uneb, mais de 400 professores possuem seus direitos à promoção negados pelo Estado;
- Ampliação e desvinculação de vaga/classe do quadro de cargos de provimento permanente do Magistério Público das Universidades do Estado da Bahia.