Uma brasileira está entre os bilionários que doaram grandes somas para a reconstrução da Catedral de Notre-Dame, de Paris, atingida por um grande incêndio na segunda-feira (15). Lily Safra, viúva do banqueiro Edmond Safra, enviou para a campanha de reconstrução um cheque de 20 milhões de euros – cerca de R$ 88 milhões. Segundo o Glamurama, ela tem fortuna estimada em 1,3 bilhão de dólares (R$ 5,1 bilhões).
A bilionária atualmente se divide entre casas que tem na Europa – vive entre Mônaco, Londres, Nova York e a própria Paris. Ela já recebeu uma Légion d’Honneur, uma medalha de honra dada para pessoas que contribuíram com a França. Uma sala no Museu do Louvre, a Galeria Edmond et Lily Safre, é batizada em homenagem a ela e ao falecido marido. O ambiente é todo decorado com mobiliário do século 18 doado pelo casal.
Um livro da jornalista canadense Isabel Vincent chama a bilionária de “Lily Dourada”, nome da biografia. A escritora, que era na ocasião repórter do New York Post, passou cerca de um ano no Brasil entrevistando pessoas sobre o casal. A publicação traz detalhes sobre o suicídio do segundo marido de Lily, o empresário Alfredo Monteverde. No almoço antes da morte, Lily e o marido discutiram detalhes do divórcio. Quando ela saiu, ele tirou a própria vida.
O pai de Lily era um inglês do ramo de ferrovias que chegou ao Brasil no início do século XX. Ela nasceu no Rio Grande do Sul. Seu primeiro marido, Mario Cohen, era um milionário fabricante de meias de náilon. O casal viveu no Brasil, Argentina e Uruguai e teve três filhos – o mais novo, Claudio, morreu em 1986 em um acidente de carro. A relação com Monteverde veio depois – ela se divorciou para ir morar no Rio com a nova paixão, que era empresário e foi fundador da rede Ponto Frio. Monteverde tirou a própria vida em 1969. Eles tiveram dois filhos.
Depois, Lily se mudou para o Reino Unido, onde morou por 10 anos. Ela chegou a casar em 1972 com um inglês, mas o casamento foi posteriormente anulado. Então conheceu Safra, com quem ficou casada por 23 anos, até 1999, quando ele morreu.
Arrecadação
A campanha para reformar Notre-Dame arrecadou até agora quase 1 bilhão de euros. Entre os doadores famosos está François-Henri Pinault, marido da atriz Salma Hayek, do grupo Kering, que afirmou que vai contribuir com100 milhões de euros. O grupo LVMH, da bilionária família Arnault, também doou € 200 milhões (R$860 milhões). O presidente francês Emmanuel Macron disse que a França iria contar com ajuda de “talentos” para reconstruir a torre mais alta da construção, que ficou destruída. Ela afirmou que em 5 anos o local estará totalmente renovado e “ainda mais bonito”.
Correio