O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (29) que o Brasil não deve se “prostituir” para receber doações para a Amazônia.
As queimadas na região já superaram a média histórica para o mês de agosto e têm repercutido internacionalmente. O G7, grupo que reúne as sete principais economias do mundo, chegou a oferecer US$ 20 milhões para o Brasil, mas o presidente Bolsonaro impôs condições.
Além disso, o Fundo Amazônia, criado em 2008 para projetos de preservação da floresta, está com a doação de R$ 132 milhões da Noruega suspensa em razão do crescimento do desmatamento na região. A Alemanha, que também ajuda a manter o fundo, suspendeu o repasse de R$ 155 milhões para projetos de proteção da floresta.
“A gente vai ficar aceitando fundo de Amazônia e continuar se prostituindo em nome disso? Aqui é o Brasil, aqui quem manda somos nós. Se quiserem continuar depositando, que continuem. Se não quiserem, um abraço. A gente não vai ficar chorando e fazendo tudo o possível atrás desse dinheiro”, disse o parlamentar.
Eduardo Bolsonaro ainda comparou a Amazônia a uma mulher ao comentar a ajuda anunciada pelo G7: “A Amazônia, essa mulher tão bonita, o outro cara vai lá, pisca para ela, quer pagar um drink para ela, não posso achar que esse drink está sendo pago de graça, né?”.
“A pessoa que fere a nossa soberania, não tem como a gente aceitar o dinheiro de uma pessoa que fere a sua soberania”, acrescentou.
Viagem aos EUA
Eduardo deve ser indicado pelo pai para o cargo de embaixador do Brasil em Washington (EUA). A indicação ainda não foi oficializada e, quando for confirmada, será submetida à análise do Senado.
Mais cedo, nesta quinta-feira, Bolsonaro afirmou que o filho e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, viajarão aos Estados Unidos para se encontrar com o presidente Donald Trump nesta sexta (30).
“A gente vai debater vários assuntos. O presidente Trump é muito aberto, ele é igual ao presidente Jair Bolsonaro, é simples, ele é aberto. Vai conversar, com certeza, o principal é a questão da Amazônia, é o G7, ter um feedback ali da atuação americana”, afirmou Eduardo nesta quinta.
Ajuda de Trump
Na semana passada, Trump ofereceu ajuda ao Brasil para combater queimadas na Amazônia, mas as ações ainda não foram detalhadas.
Indagado se a ajuda americana poderia ser financeira, Eduardo Bolsonaro respondeu: “Todas as cartas estão sobre a mesa”.
Na última terça-feira, o porta-voz do presidente Bolsonaro, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o Brasil até pode aceitar ajuda financeira internacional, desde que fique responsável por gerir os recursos.
G1