O público de Salvador terá a oportunidade de apreciar culturas do território do sisal, no semiarido baiano, em uma exposição que reúne desde instrumentos musicais construídos a partir do reaproveitamento dos resíduos da planta que identifica a região sisaleira a exibições audiovisuais, que aumentam a experiência sensorial dos espectadores através de vídeos e clipes.
A exposição conta com fotografias, pinturas em telas, pirografia, artesanatos e outras obras que estão disponíveis para visitação entre os meses de agosto e setembro de 2019 e também estão à venda.
Recém-chegado de um intercâmbio na cidade de Sorbas, na Espanha, o projeto “Som do sisal”, que até então atua com a construção de instrumentos, oficinas de música e apresentações artísticas, adentra os espaços das galerias de arte evidenciando a potencialidade visual da cultura sisaleira em diálogo com suas expressivas linguagens.
A 1a exposição do grupo, idealizada e produzida pela Maestro Azul Produções, conta com o apoio do SESC, que apostou na ideia e inseriu a exposição na programação da Mostra SESC 2019, assinando a realização do evento que abriga as obras e instrumentos em seu Foyer durante agosto e setembro, para visitação com entrada franca. Ao final de setembro, o projeto ainda contará com um show da orquestra e uma oficina de construção de instrumentos feitos de sisal, também dentro da programação da Mostra SESC 2019.
Do som do motor aos acordes da Viola de Sisal
O que era só uma atividade econômica se transformou em arte e tecnologia social quando um grupo de jovens, liderado pelo maestro da Orquestra Santo Antônio (OSA), Josevaldo Nim, iniciou o desenvolvimento de um laboratório de investigação técnica e sonora da cultura da região sisaleira em 2012.
Sustentável, socioeconômica e cultural, a proposta criativa inspirada na violinha de buriti, encontrada no parque do Jalapão, no Tocantins, utiliza o escape floral do sisal para criar instrumentos musicais que ganham forma pelas mãos do luthier Webson Santana, recebendo um toque especial da pirografia artística do jovem Artur Ariston.
O projeto hoje conta com a Orquestra Sisaleira (OS) e com o grupo de forró pé- de-serra “Forró Arrinado”, que possui dois discos lançados, o segundo deles na cidade de Mérida, no México, em 2017. O repertório musical é autoral e apresenta a cultura sisaleira nas composições, valorizando e difundindo a história do seu povo.
Os instrumentos como viola, contrabaixo, ukulele, violão, cavaquinho, violino, todos construídos no projeto, já estão catalogados e disponíveis para venda através de encomendas. Estes instrumentos já chegaram até as mãos de artistas como Luciano Calazans, Saulo Fernandes, Armandinho Macêdo e Del Feliz, Timbe Bernhardt.