Muitos já devem ter visto pelas rodovias federais, estaduais e até mesmo estradas vicinais um cidadão moreno, cabelo e barba branca pedalando uma bicicleta amarela com uma carga aparentemente excessiva, e o Calila Notícias foi saber que é esse cidadão. Ele ficou pelo menos três dias em Conceição do Coité onde segundo ele foi bem acolhido por um dono de posto de combustível e recebeu ajuda de três pessoas que esqueceu o nome, mas afirmou serem amantes do pedal.
O CN encontrou o mesmo no Povoado Santa Rosa na manhã deste domingo, 1º, sentado na sobra de uma casa e sua bicicleta alguns metros na frente de uma bar. O ciclista aventureiro é o senhor Marcos Guerra, 76 anos, que trás um sotaque de gringo, e segundo ele por ser filho de Italiano, mas garantiu ser amazonense. Antes de contar sua aventura, disse ao Calila Notícias que não estava previsto a parada em Santa Rosa, mas resolveu parar ali para relaxar um pouco depois de ter se chateado com a atitude de um motorista que segundo ele não merece ser chamado assim. A carga da bicicleta pesa aproximadamente 150 quilos.
“Estava chegando em Santa Rosa e vi um carro pelo retrovisor com um metro e meio de distancia bozinando e tive que sair da pista, já que não existe acostamento, acabei pisando num suporte da bicicleta que quebrou e tive que amarar de sisal. Eu me revoltei porque qualquer motorista se a pista estiver livre, ele deve passar logo para o outro lado fazendo ultrapassagem com segurança, não colocar no fundo e bozinar”, lamentou Marcos.
O vovô aventureiro disse ao Calila Notícias que pedala há 24 anos, e tudo começou depois de se aposentar, “pensei comigo, o que vou fazer agora depois de aposentado? Parar na beira de jogo, ficar em mesa de bar bebendo? Então fiz uma escolha de conhecer o Brasil. Mandei fabricar essa bicicleta e tem sido minha companheira de estrada”, afirmou.
Marcos disse que saiu do estado de Amazonas em 4 de janeiro deste ano e tem como destino o estado do Ceará. O ciclista garante que faz uma viagem sem pressa e não segue um roteiro, embora realize o percurso com GPS tem alterado quando descobre que um determinado trecho não está tão bom. Ele citou por exemplo quando saiu de Serrinha para Coité, diante da falta de acostamento pegou uma estrada de chão e foi parar em Aroeira, distrito de Coité.
Outro fato que chamou a atenção de nossa reportagem foi ele ter dito que esteve em Paulo Afonso que fica a cerca de 400 km de Coité e poderia ter seguido, já que está na divisa com Alagoas, bem mais próximo do Ceará, mas optou por retornar e deve seguir por Capim Grosso e chegar a Petrolina, mas não é certo, pois, tudo pode acontecer no trajeto.
Guerra garante que mesmo a distância se comunica com a família todos os dias, são 4 filhos, o mais velho com 56 anos e tem netos que gosta muito.
Ele disse que muita gente confunde essa aventura com andarilho, quando não é, afirma fazer o cicloturismo, rodamundo, trotamundo, para quem anda de bicicleta, andarilho é pedestre.
Marcos disse que conta muito com doações, pois, além de alimento precisa de peças para a bicicleta, em Coité recebeu doação de raios para colocar na jante da bicicleta e ele garante que foi de primeira qualidade e não é barato. Disse que encontra muita gente boa, mas gente ruim é bem mais.
Elogiou a recepção feita pelos policiais rodoviários, segundo ele o acolhem muito bem oferece água e alimentos.
O ciclista que saiu de Manaus afirma que já rodou mais de 11 mil quilômetros e que pretende está em casa para reencontra os familiares em dezembro, faltando pelo menos 10 dias para o natal.
Os 24 anos de pedal talvez tornou uma coisa comum sair de Manaus para o Ceará, principalmente após o CN fazer uma busca e descobrir que esta aventura se estende pelo Brasil e América do Sul.
Redação CN