Uma menina de 12 anos ganhou na Justiça o direito de ter duas mães e dois pais na certidão de nascimento, em Goiânia. A partir de agora, vão constar nos documentos de Ana Júlia Rates Marçal os nomes dos pais biológicos e dos tios-avós, a empresária Ana Lúcia Silveira Borela, de 52 anos, e o engenheiro civil Pedro Henrique Borela, de 56, que cuidam da menina há dez anos. “Depois de quase cinco anos na luta, nós conseguimos.
Nós todos estamos muito felizes com o reconhecimento, a Ana Júlia está muito feliz”, disse Pedro Henrique. Ana Lúcia e Pedro Henrique cuidam de Ana Júlia desde que ela tinha 2 anos. A menina é filha biológica de uma sobrinha de Ana Lúcia, que se separou do marido e se mudou para a Espanha para estudar. Assim, a adolescente passou a ser cuidada pelos tios-avós e não tem contato diário com o pai, que mora em Goiânia.
“Desde quando a Ana Júlia nasceu, a gente sempre apoiava, cuidava dela. E quando a mãe biológica dela decidiu ir para a Espanha, ela ficou com a gente. Logo, a Ana Júlia mesmo perguntou se nós podíamos ser os pais dela, e nós dissemos que sim, desde aquela época, ela passou a chamar a gente de papai e mamãe”, contou Pedro Henrique. Antes de a menina morar com o casal, eles já tinham três filhos. “É uma grande família. Quando a Ana Júlia entrou para nossa família os nossos filhos tiveram um ‘ciuminho’, coisa normal, que logo passou. Eles são todos irmãos e se tratam com carinho”, completou.