A valorização da carne bovina desde o ano passado foi sentida pelo consumidor, que está mais conservador nas compras. Nos últimos doze meses, o produto se valorizou, em média, 26,1% no atacado. No varejo, a alta foi de 14,1%. Ao mesmo tempo, o quilo do frango no atacado subiu 10,6% e 11,2% no varejo. A carne de frango ficou mais competitiva em relação à carne bovina. Os dados são da Scot Consultoria.
A indústria frigorífica vem trabalhando desde o início do ano com margens de lucro abaixo dos níveis históricos. Tanto na comercialização de carne com osso, quanto da venda de carne sem osso, as margens este ano só ultrapassaram a média histórica em julho.
Isso explica, em parte, o alto índice de paralisação e as férias coletivas nos frigoríficos nos últimos meses. A redução da margem ocasionada pela alta diferença entre o preço pago pela arroba e o preço recebido com a venda da carne e outros produtos estimulou este cenário.
Essas margens, é claro, não foram reduzidas somente em função da arroba do boi gordo, caíram também em função do preço da energia elétrica, do aumento dos juros, entre outras coisas. Mas uma ação efetiva de redução de custos só será possível através da redução do preço pago pela matéria prima, o boi gordo.
Desvalorização
Do início de junho até 22 de julho, a cotação da arroba em Barretos-SP passou de R$148,00 para R$142,00, a prazo, redução de 4,1%. No mesmo período houve valorização da carne bovina.
O quilo do boi casado de animais castrados passou de R$8,80 para R$9,20, alta de 4,5%. Este quadro foi possível com a adequação da atividade da indústria, que vem abatendo menos bovinos, em um menor número de frigoríficos.
Os dados de abates referentes ao primeiro trimestre deste ano, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmam essa condição. No primeiro trimestre, o abate de bovinos caiu 7,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Com menos carne disponível no mercado, houve condição de sustentação dos preços.