Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro chamar de “energúmeno” o educador e filósofo Paulo Freire (1921-1997), o plenário do Senado aprovou no início da tarde desta terça-feira, 17, a realização de uma sessão especial na Casa em homenagem ao pernambucano. Já a Câmara dos Deputados aprovou uma moção de aplauso ao patrono da educação brasileira.
No Senado, o evento foi marcado para o dia 4 de maio do ano que vem, atendendo a requerimento apresentado pelo senador Weverton (PDT-MA) nesta terça. O pedido foi colocado em votação pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e aprovado de forma simbólica ao fim da última sessão do ano.
Também assinaram o requerimento os senadores Esperidião Amin (PP-SC), Lasier Martins (Podemos-RS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) e Eduardo Gomes (MDB-TO), este último líder do governo Bolsonaro no Congresso.
A moção de aplauso aprovada pelo plenário da Câmara foi uma iniciativa da bancada do PSOL, apoiada pelos líderes do bloco PP, MDB e PTB, do PT, do PL, do PSD, do PSDB, do PSB, do PDT, do DEM, do Solidariedade, do Podemos, do Cidadania, do PCdoB, do Patriota, do PV, do PP, do MDB, da maioria e da minoria.
“É fácil compreender por que Paulo Freire é estudado, amado e admirado mundo afora, passados mais de 20 anos de seu desaparecimento físico: sua prática educadora fundada na troca, no diálogo, acolhedora de todas as singularidades, é um antídoto contra paixões totalitárias”, diz um trecho do requerimento para a homenagem.
O documento destaca ainda o compromisso “de vida inteira” de Freire com a “educação emancipadora”, que prega a valorização tanto do ensino superior como da educação básica. “Seu olhar voltado para o futuro nos inspira e nos desafia. Homenageá-lo, hoje, nesta Casa, é assumir o compromisso de manter vivo seu legado e transformar em realidade os compromissos educacionais inscritos na Carta de 1988”, conclui o texto.
O Globo