Em live realizada na noite de sexta-feira, 24, o deputado estadual Osni Cardoso alertou sobre “os desmandos do prefeito de Serrinha”, Adriano Lima. Um dos pontos levantados e questionados foi sobre valores que estão sendo pagos para uma empresa de Recife que teria fornecido, após licitação, materiais de robótica para o município, e lamentou a maneira que o município vem utilizando os recursos do probatório do Fundeb.
Segundo publicação no Portal do Cidadão, a Prefeitura Municipal de Serrinha, em meio à pandemia do Coronavírus, no qual todos os esforços deveriam estar voltados para o combate e prevenção desse vírus, pagou para a empresa RMG Tecnologia Eireli, um total de R$ 2.599.948,80.
“Os pagamentos foram realizados em cinco prestações, divididas em três meses, sendo duas em dois dias seguidos em fevereiro, duas em março, com intervalo de treze dias, e uma em abril, com diferença dois dias para a penúltima parcela”, afirmou Cardoso.
“Tem um kit robótica ai, que depois da pandemia, depois dele (o prefeito) mesmo ter parado as atividades da Prefeitura, pagou R$ 562.990 no dia 17 de março. No dia 30 pagou mais R$ 87.674, no dia 01-04 pagou mais R$ 571 mil, dando um total de 2.599.948,80 para um tal de kit robótica que ninguém está usando. Tem que denunciar um negócio desse e ir ao Ministério Público para investigar isso”, alertou o deputado.
Ainda de acordo com o parlamentar, antes, no dia 11 de fevereiro, a Prefeitura pagou R$ 700 mil, e no dia seguinte arcou com mais R$ 678.247,60 para a empresa de Recife.
“Parece que o desafio desse prefeito é gastar o dinheiro de qualquer jeito, os R$ 130 milhões do precatório”, lamentou.
Ainda de acordo com Osni Cardoso, a gestão, ao invés de utilizar recursos para combater os focos da dengue, que está assolando no município, optou em gastar com um serviço importante, mas sem necessidade no atual momento. “Ele também contratou vigilante, segurança e gastou R$ 180 mil. Com esse valor dá para você colocar 50, 60 trabalhadores pagando um salário mínimo, por exemplo, para atuar no combate à dengue por três meses seguidos. Era para ter feito isso lá atrás para não deixar chegar nesse estado que está”.
O deputado relatou também que “no dia 13 de março, a Prefeitura de Serrinha, através de publicação em suas redes sociais, anunciou que um grupo de professores estaria em Recife para serem capacitados na empresa Dulino, sendo que nesse período, as aulas da rede municipal já estavam em curso, contrariando a promessa feita na qual os alunos do Ensino Fundamental e do EJA teriam aulas de robótica no início do primeiro semestre de 2020”.
Por conta do estado de calamidade pública decretado pelo município, a Prefeitura pode utilizar recursos e fazer licitações sem ser fiscalizada, “levantando assim uma grande dúvida na sociedade, uma vez que não é possível identificar o total desses valores, nem aonde estão sendo investidos”, lamenta Osni que já foi prefeito de Serrinha por dois mandatos seguidos, entre 2009 a 2016.
“Eles vão limpar o dinheiro do precatório, que era para fazer uma revolução na educação de Serrinha, mas estão pegando cerca de R$ 110 milhões e jogando no mato, ou talvez até indo para o bolso de alguém, porque não é possível uma coisa dessa”, indagou.
Em 20 de março, a Prefeitura Municipal decretou situação de emergência por conta da pandemia, e em 08 de abril foi aprovado o estado de calamidade pública. As aulas do município foram suspensas em 19 de março.
“Um fato curioso em relação à licitação é que o Edital de Concorrência Pública foi divulgado em 07 de março de 2019, e o recebimento e abertura das propostas ocorreu em 26 de abril de 2019”, disse Cardoso.
A live contou também com a presença do pré-candidato a prefeito Lucas Chicabana (PT), e dos vereadores Jorge Gonçalves e Rose de João Grilo.
CN | Informações Assessoria Parlamentar