Com a indecisão sobre exigibilidade ou não do ex-prefeito Ubaldino Amaral (DEM), em disputar a eleição para prefeito este ano, o quadro político mudou bastante dentro do grupo da situação liderado pelo Democrata. O primeiro a se manifestar foi o prefeito Marcos Adriano (PSDB), espalhando a notícia que não seria candidato a reeleição e ao passar esta informação para o Calila Notícias, demonstrou-se insatisfeito com a função e as dificuldades encontradas para fazer uma gestão melhor, mas satisfeito pelo que pôde fazer pelo município e melhoria da qualidade de vida das pessoas.
O vice-prefeito Regi Mota, através de áudio, disse ao repórter do CN, Valdemí de Assis, que irá cumprir seu mandato até o dia 31 de dezembro e o “caso de Ubaldino” quem decide é a justiça, caso contrário, vamos pensar em uma nova conjuntura política”, falou Mota.
Ele também se colocou à disposição do grupo caso precise, “até porque tenho muita experiência, fui vereador por dois mandatos, estou vice-prefeito, portanto me coloco a disposição para votar em qualquer um, mas também posso ser votado” – Ouça
Posição de cada vereador da base governista
O vereador José Robson Duarte, mais conhecido por de Zé de Zeli (Podemos), que em 2016 fez uma campanha com dificuldades por apoiar o petista Ismael Ferreira, que disputava a reeleição e, na época era filiado ao MDB, que se coligou a outros partidos que apoiavam o candidato tucano Marcos Adriano e juntos elegeram 06 vereadores na coligação, se manteve na bancada da oposição. No mês passado Zé migrou para o PODEMOS com a promessa de ser o vice-prefeito na chapa encabeçada por Ubaldino Amaral. Nesta esperança, Zé de Zeli, por fazer parte da mesa diretora foi o único que votou contra o retorno da pauta das contas de Ubaldino Amaral.
Apesar de sobrinho do vereador Lomanto Queiroz, Zé de Zeli sempre esteve contra ele politicamente e esta realidade deve se manter. Lomanto, insatisfeito com a gestão atual e um dos ferrenhos críticos da administração, inclusive acusa o episódio do incêndio do seu carro em frente da sede da Câmara de Vereadores, a um fato político, trocou o PSDB pelo Solidariedade, partido que compõe a base da oposição.
A sessão do dia 28 de abril não aconteceu por falta de Quórum, ou seja todos vereadores da base governista faltaram, incluindo Mabel Amaral. A sessão seria marcada pela a pauta de votação das contas do exercício de 2011 de Ubaldino, pai da vereadora. No dia seguinte a parlamentar entregou uma carta a mesa diretora afirmando que a partir daquela data estaria deixando a Casa para assumir a função de diretora do Atendimento Público, Diretoria esta vinculada a Secretaria Municipal de Governo e Gestão. Ela também informou que os seus proventos seriam pagos pelo Poder Executivo e a Câmara estava autorizada a convocar seu suplente.
Questionada pelo CN sobre seu afastamento através de mensagem, Mabel respondeu que tinha chegado o momento certo, visto que, a mesa diretora está iniciando de forma monocrática, um processo de anulação de contas que já foram aprovadas anteriormente, do ex gestor Ubaldino Amaral, que é seu pai e que se encontra muito bem colocado na opinião pública para disputa eleitoral em 2020 na cidade.
”Como não posso participar do processo de votação das contas e como entendo que a mesa diretora está agindo de forma arbitrária, em ano de eleição e suprimindo requerimentos da maioria do plenário, então prefiro estar afastada desse ambiente, mas de modo a continuar trabalhando pelo povo da minha cidade e atendendo as demandas necessárias para o bem comum. Até porque, nesse momento de pandemia, é o que todos deveriam estar preocupados em fazer”, falou a Democrata.
Genilton de Oliveira, 48 anos é o primeiro suplente da coligação “A Esperança do Povo”, obteve 821 votos. Residente no Distrito Santa Rita é conhecido como Genilton de Teroza, uma referência ao seu pai, que também já exerceu a função de vereador. Genilton disputou a eleição de 2016 pelo MDB, mas aproveitou a janela eleitoral e migrou para DEM e deverá assumir o mandato na sessão desta terça-feira, 05, ás 18h.
Com a posse de Genilton, o segundo maior colégio eleitoral de Valente deverá ter dois representantes, ou seja, Sissi de Daniel (PSD), membro da bancada da oposição e o novo Democrata que irá defender a gestão de Marcos Adriano.
O vereador Djalma Santana da Silva Neto, “Netinho”, eleito pelo PSB, foi à primeira baixa da oposição dentre os eleitos para Câmara em 2016. Cinco vereadores eleitos pelos partidos de oposição (PT, PSD, PSB, PDT e SD), somados ao MDB que elegeu Zé de Zeli, tinham como certo que fariam a mesa diretora da Câmara, tendo Zé de Zeli como presidente, mas, ás vésperas da posse, Netinho aceitou o convite da base da situação e encabeçou a chapa para presidente e venceu em 1º de janeiro de 2017.
Dois anos depois, a base governista apoiou Lomanto Queiroz para presidente da Câmara, mas o grupo do prefeito saiu derrota pelo vereador Cezar Rios (Solidariedade) que venceu por 07 votos contra 04. O vereador Luizinho, da bancada do prefeito votou com Cezar Rios atendendo ao pedido do líder político Eduardo Cedraz, que funcionou como ‘um troco’ para o que fez Netinho em 2017.
Netinho deixou a Câmara no inicio de março deste ano, tão logo retornou os trabalhos do Legislativo e em seu lugar assumiu o primeiro suplente da oposição, Gutemberg Cunha dos Santos, mais conhecido como Guto da Saúde, que disputou o pleito pelo PP. Na eleição de 2016 o PP faz parte da coligação “Valente segue em frente” formada pelos partidos PT / PC do B / PSD / SD / PP / PDT / PSB e juntos apoiaram a reeleição do Ismael. Guto obteve 612 votos.
Como Netinho, também foi eleito por esta coligação, mas apoiava a base de sustentação do Governo Marcos Adriano, uma das condições era sua migração para um partido ligado ao prefeito, então ele deixou o PP e foi para o DEM. Netinho falou ao CN que não irá disputar nenhum cargo na eleição deste ano e está assumindo um cargo na área de transporte da Prefeitura.
Guto da Saúde é motorista concursado da Prefeitura desde 2008 e foi designado para Secretaria de Saúde para dirigir ambulância e fazer o transporte para pacientes de Tratamento Fora do Domicílio (TFD). Em mensagem enviada ao CN, Guto disse que após 15 anos de atividade resolveu ingressar na vida publica e disputar um cargo para vereador e que a resposta foi positiva e sem recursos, financeiros, ficou grato pela votação e sua posição de primeira suplência da coligação.
Valente I – Futuro de Ubaldino Amaral deverá ser decidido pelos vereadores nesta terça-feira