O despachante Silvio Dias Novaes, 60 anos, morreu de infarto três meses depois da esposa e do filho falecerem com a covid-19. A família vivia em Praia Grande, no litoral de São Paulo, segundo informação do G1.
Segundo Maria Carolina da Silva Novaes, 39, filha de Silvio, ela e a mãe, a dona de casa Alzira da Silva Novaes, 59, e o irmão, o vigilante Luiz Fagner Dias Novas, 31, pegaram o coronavírus enquanto se revezavam para acompanhar Silvio em um hospital de Cubatão (SP) após ele sofrer um AVC.
Com a doença, Luiz Fagner faleceu no início de abril. No dia 27 do mesmo mês, duas semanas após o filho, Alzira morreu.
Com as duas mortes, a vida familiar ficou bastante complicada, diz Maria Carolina. O pai perdeu os movimentos após o AVC e com a perda da esposa e do filho entrou em depressão, passando a ser medicado para isso.
Por fora ele parecia estar bem, mas chorava todas as noites pela situação e pela ausência da minha mãe e irmão. Na sexta, por volta de 11h05, ele mandou para todos um vídeo da minha mãe cantando na igreja, e uns 15 minutos depois passou mal e morreu. Estamos arrasadas. Não sei como a vida pode ter sido tão injusta com a gente”, diz Maria Carolina.
Ela conta que chegou a vender o carro, TV e geladeira para conseguir recursos que permitissem dar um suporte melhor para o pai depois que ele sofreu um AVC. Um dia antes da morte dele, ela começou uma campanha virtual para arrecadar dinheiro para o tratamento.
Segundo a filha, recentemente descobriram que Silvio também teve o coronavírus e que isso pode ter impactado no seu estado de saúde após o AVC. “Então o médico nos informou que na época do AVC, a covid-19 pode ter contribuído também para que meu tenha tido tantas sequelas”, explica.
Maria Carolina diz não saber como irá continuar. “Não consigo ver luz no fim do túnel. Agora minha vida vai ser antes do coronavírus e depois. A doença mudou todos os nossos planos. Nunca imaginamos que atingiria dessa forma nossa família”.
O corpo de Silvio será sepultado neste sábado, com cerimônia limitada por conta da pandemia.
Fonte: Correio