O corpo do professor, escritor, poeta e letrista Jorge Portugal foi enterrado sob aplausos, nesta terça-feira (4), no Cemitério Municipal de Santo Amaro, no Recôncavo. Ex-secretário de Cultura do estado, o santamarense faleceu na segunda (3), após falência cardíaca aguda.
Conforme informações do portal G1, o sepultamento, que estava marcado para ocorrer às 16h, foi antecipado para 15h e aconteceu debaixo de chuva. Apenas familiares e amigos próximos de Jorge Portugal compareceram, para evitar aglomeração de pessoas, o que facilita a transmissão do novo coronavírus.
O cantor e compositor santamarense Roberto Mendes, grande amigo e parceiro autoral de Jorge Portugal, foi uma das pessoas que carregaram o caixão até o túmulo. Outros amigos, como os conterrâneos Caetano Veloso e Maria Bethânia, não puderam comparecer, mas homenagearam à distância.
“Jorge Portugal era meu vizinho em Santo Amaro. Eu já era adulto e ele ainda menino. Sempre mostrou capacidade intelectual. Nas conversas santamarenses e, depois, como professor de português em Salvador. Tornou-se também um letrista de muito alto nível, principalmente em parcerias com Roberto Mendes”, escreveu Caetano em suas redes sociais.
“Chegou a ser secretário de cultura do estado da Bahia. Apresentou programas relativos a língua e cultura na TV e no rádio baianos. Uma mente e uma sensibilidade típica do Recôncavo. Tenho orgulho dele. Estamos todos com saudade do seu papo e das suas ideias”, finalizou o cantor, que hoje mora no Rio de Janeiro.
“Estou muito triste com a morte de Jorge. Inesperada. Tão moço, no auge da sua poesia. Um educador de qualidade, um rapaz encantado com a vida. A música não vai esquecê-lo e sempre será grata pelos poemas que entregou a seus parceiros. Lindos, alegres poemas. Sentidos, comovidos e comoventes. Chorei quando soube de sua morte. Meu amigo confiou à minha voz tantas palavras boas”, declarou Maria Bethânia.
Quem também deixou sua homenagem foi a cantora Margareth Menezes, que já gravou “Alegria da Cidade”, composição de Jorge Portugal e Lazzo Matumbi. “Um amigo querido nos disse adeus. Alma nobre da Bahia. Suas letras e poesias retratam o que temos de mais genuíno. Um gigante na dança das palavras e um menino baiano de sorriso largo que sempre nos dava um abraço coração”, descreveu.
“Tive a honra de gravar algumas canções com letras suas e uma parceria que me deu imensa alegria pela sua generosidade. Sábado passado você me mandou um beijo e eu lhe retribui com palavras de força e fé. Que as palavras que eu lhe falei continuem vibrando no seu ser e, para mim, sua memória sempre será no lugar de um dos maiores compositores da nossa geração”, disse Margareth.
Fonte: G1