Entre 2006 e 2017, o número de estabelecimentos categorizados como agricultura familiar caiu cerca de 11% na Bahia. Além da forte concorrência dos grandes produtores, esses pequenos comércios enfrentam dificuldades em se adaptar ao mercado virtual. Entretanto, o uso das redes sociais parece ser a saída para alguns deles, principalmente com o Facebook, onde é possível anunciar os produtos e também oferecer entregas com promoções.
Não é a primeira vez que o tema agricultura familiar se mistura com as novas tecnologias. Em julho de 2019, o Governo da Bahia lançou um aplicativo de smartphone para desburocratizar o pedido de licitações para essa forma de comércio. O projeto funcionou bem, mas não atingiu todas as áreas que a agricultura familiar ainda precisa evoluir. A ideia de alguns produtores foi de utilizar as redes sociais para fazer isso.
É o caso, por exemplo, da ECO Agricultura Familiar da região de Piatã, em Salvador. A organização montou um perfil no Facebook que disponibiliza diferentes produtos de pequenos produtores online. A empresa também oferece um serviço de entrega, que abrange uma boa parte da capital baiana. Marcas como a Sabores do Quilombo, a Florescer e a Associação Comunitária do Brinco utilizam a plataforma para vender.
Essa é uma resposta a queda no número de agricultores familiares na Bahia, que foi de 10,9% de 2006 até 2017, segundo pesquisa do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor tem passado por diversas mudanças e, mesmo sendo um importante mercado em diferentes cidades do estado, é preciso que o governo ajude para que ele não fique estagnado ou entre em decadência.
Perfis nas redes
Assim com a agricultura familiar está começando a utilizar as redes sociais, o estado também usa da ferramenta para ajudar de diferentes formas. A Secretaria de Desenvolvimento Rural do Governo do Estado da Bahia (SDR/BA) também possui perfis em plataformas como o Facebook e o Instagram com o objetivo de compartilhar informações importantes, e mostrar as ações do estado que prometem ajudar o pequeno produtor.
Este ano, por exemplo, a secretaria tem convidado diferentes especialistas da área para entrevistas em um podcast totalmente online. A ideia é explicar melhor como funciona os diferentes tipos de agricultura da região, inclusive a familiar. Assim, as redes sociais acabam virando um espaço de informações para diferentes públicos, sejam eles os próprios produtores ou até mesmo os agentes públicos do governo baiano.
Outra ação que pode ser usada como exemplo acontece em Feira de Santana, onde a Feira da Agricultura Familiar na Bahia ganhou um perfil no Facebook para divulgar produtores e empresas que atuam na área. Assim, a internet ganha um papel fundamental para os agricultores, que conseguem usá-la como uma ferramenta de propaganda online, algo que é essencial para qualquer comércio pequeno.
Marketing na web
O uso da propaganda digital para conseguir novos clientes, ou usuários, não é nenhuma novidade. Por exemplo, em Salvador, o aplicativo de entregas iFood costuma oferecer códigos com descontos, ou entregas grátis, para atrair usuários que não utilizam a plataforma. Essa espécie de degustação também acontece com os jogos digitais. Algumas plataformas de cassino online, como a Casinoin listada no site Casinos.pt, oferecem rodadas de spins grátis nas máquinas de caça-niqueis digitais para os usuários que entram no site pela primeira vez. Isso também é comum nos jogos para smartphone, como o Free Fire Battlegrounds, que costumam ter pacotes pagos para quem quer um personagem customizado ou algum item especial logo que inicia no jogo.
Entretanto, ainda são as redes sociais que melhor funcionam como marketing digital. O Instagram possui recursos específicos para os perfis comerciais, independe se o negócio atende milhões de clientes ou é um empreendimento novo. É possível também divulgar marcas e produtos com os chamados influencers, que são personalidades na internet que possuem muito alcance de visualização.
A agricultura familiar da Bahia está apostando em iniciativas como essa para conseguir ficar mais visível aos olhos dos clientes. Com cada vez menos comércios desse tipo, é importante cuidar para que ele não entre em um declínio. Além das ações próprias em redes sociais, ou em outras formas de marketing digital, é preciso contar com o apoio do estado, afinal é um recurso essencial para manter essas tradições vivas entre os pequenos fazendeiros baianos.
CN | Fonte: Luiz Cuña