Os 5,4 mil litros de insumos para a produção da vacina contra a Covid-19 CoronaVac, capazes de fabricar 8,6 milhões de doses do imunizante, deixaram o Aeroporto Internacional de Viracopos na manhã desta quinta-feira (4) e seguiram para o Instituto Butantan, em São Paulo. A carga desembarcou no terminal em Campinas (SP) na noite de quarta (3), em um voo que saiu da China.
Além das equipes do aeroporto, Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Polícia Federal participaram da operação para liberação da carga. Os insumos terão escolta, até a capital paulista, do batalhão de choque da Polícia Militar. Os caminhões com o material deixaram Viracopos às 10h59.
Segundo o Instituto Butantan, depois da chegada da matéria-prima, elas serão envasadas, embaladas e rotuladas em 20 dias. A expectativa é repassar ao Ministério da Saúde este lote de 8,6 milhões de doses a partir do dia 25 de fevereiro. A carga de insumos da CoronaVac foi a primeira a chegar ao Brasil em 2021.
Chegada da carga
O desembarque contou com a presença do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), do secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, e do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
Após a chegada dos insumos, Dimas Covas comentou o planejamento para recebimento de novas remessas. “Vão chegar mais insumos na semana que vem, no dia 10, e até o final do mês esperamos mais 10 mil litros. Então não pararemos até entregar todo o quantitativo de 100 milhões de doses, que deve ser até agosto, começo de setembro”.
“Nós torcemos e pedimos para que mais vacinas sejam disponibilizadas para atender mais brasileiros em todo Brasil. Quanto mais rápido vacinarmos, mais rápido sairemos da crise, mais rápido a economia retoma”, disse o governador João Doria.
Produção do imunizante
De acordo com o Butantan, outros 5,6 mil litros estão em processo “avançado de liberação” pelo governo chinês e devem chegar até a próxima quarta (10).
A previsão do instituto é receber, até abril, o total de insumos necessários para produção das 46 milhões de doses contratadas. Desse total, seis milhões foram importadas prontas da China.
A CoronaVac é produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa SinoVac. O imunizante foi aprovado pela Anvisa no dia 17 de janeiro, junto com a vacina de Oxford, desenvolvida com a AstraZeneca.
Após confirmação do governo federal, o instituto informou que segue em negociação para o recebimento de mais oito mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), a fim de cumprir o contrato com o Ministério da Saúde e produzir 54 milhões de doses adicionais da CoronaVac.
A resposta do governo federal ocorreu após questionamento do Butantan, que chegou a dizer que, se o governo não se manifestasse, negociaria diretamente com estados e municípios. O diretor do instituto, Dimas Covas, afirmou ainda que o lote poderia ser exportado para países que já manifestaram interesse na compra.
Eficácia da vacina
Os testes no Brasil, conduzidos pelo Instituto Butantan, apontaram uma eficácia de 50,38% da CoronaVac. Além disso, a vacina tem eficácia de 78% para casos leves, que exigem algum cuidado médico, e nenhum dos vacinados ficou em estado grave, foi internado ou morreu.
Eficácia de 78% para a CoronaVac é excelente, avaliam especialistas
O imunizante teve 91,25% de eficácia em uma análise preliminar dos resultados na Turquia e 65,3% na Indonésia. Ao justificar as diferentes taxas de eficácia, a farmacêutica chinesa afirmou que os países usaram vacinas do mesmo lote em seus estudos, mas os protocolos de teste não eram idênticos.
Fonte: G1