Mais de 20 mil pessoas foram prejudicadas por fraudes no pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19. A informação foi divulgada pela Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (18), em coletiva sobre a operação de combate a este tipo de crime, que aconteceu pela manhã, e se refere apenas às vítimas deste esquema investigado. Quem teve o benefício roubado deve procurar a Caixa.
- PF faz operação contra fraudes no pagamento do auxílio emergencial em MG e mais 3 estados
Segundo o delegado Cleo Mazzotti, o prejuízo é de cerca de R$ 15 milhões nesta fase da operação.
Cerca de 50 pessoas são investigadas em Minas por participação nas fraudes, sendo 20 na Região Metropolitana. Nesta quinta-feira foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em 39 cidades do estado e mais sete mandados nos estados da Paraíba, Tocantins e Bahia. Ninguém foi preso
“As investigações começaram através das denúncias de quem foi receber o valor e percebeu que o dinheiro já havia sido retirado da conta. Através dessas denúncias foi criado um grupo de inteligência para investigar os alvos com o apoio do Ministério da Cidadania, a Caixa Econômica Federal, o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal (RF), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU)”, disse o superintendente regional substituto da PF em Minas, Marcelo Rezende.
A Operação “Terceira Parcela” conta com a participação de mais de 200 policiais e é uma continuidade de outras duas operações deflagradas pela Polícia Federal no ano passado. No dia 10 de novembro a Operação “Primeira Parcela” ocorreu nos estados da Bahia, São Paulo e Tocantins. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e quatro pessoas foram presas. No dia 10 de dezembro, durante a Operação “Segunda Parcela”, a Polícia Federal enviou equipes para investigar as fraudes ao Auxílio Emergencial para 14 Estados.
“Essa é a operação mais expressiva no combate a fraudes no auxílio emergencial. Os prejudicados são famílias sem renda que infelizmente tiveram seus benefícios retirados por organizações e grupos criminosos no momento de maior fragilidade”, falou Rezende.
Complexidade na investigação
O delegado Mazzotti falou sobre as dificuldades em chegar aos responsáveis pelas fraudes.
“Quando foi oferecido o benefício, verificamos que 65 milhões de pessoas seriam beneficiadas, com isso as fraudes deveriam ser investigadas. Se cada caso fosse analisado de forma individual não chegaríamos a lugar nenhum”, disse.
O delegado também alertou que as investigações são contra pessoas e grupos criminosos que burlavam o sistema e não contra pessoas que receberam de forma indevida.
“É preciso destacar que as investigações são contra essas organizações e não contra aquele indivíduo que preencheu os dados de forma incorreta e recebeu indevidamente. Esses devem procurar a Caixa para devolver o valor e não serem confrontados pela Justiça”, alertou .
O prejuízo aos cofres públicos, segundo Mazzoti, poderia ser maior.
“Com essas operações já conseguimos evitar que mais de três milhões de benefícios fossem entregues de forma indevida. Isso corresponde a R$ 6 bilhões”.
O delegado da PF, Adriano de Freitas, explicou os objetivos dessa fase.
“Neste primeiro momento estamos recolhendo provas qualificadas. As Informações desta quinta-feira serão cruzadas com as informações que já temos para ajudar nas próximas fases da investigação. Estamos em busca de identificar os integrantes dessa organização”.