Os petroleiros que atuam na Refinaria Landulpho Alves, (RLAM), em São Francisco do Conde, região metropolitana de Salvador, realizaram uma manifestação na entrada da refinaria na manhã desta terça-feira (9) e relataram que está havendo um surto de Covid-19 entre os trabalhadores.
De acordo com o Sindicato dos Petroleiros, eles decidiram fazer a manifestação depois da morte de um funcionário da refinaria por complicações causadas pela Covid-19. A entidade ainda disse que 82 petroleiros testaram positivo para a Covid-19 e três deles estão internados em leitos de terapia intensiva.
O presidente do sindicato, Jairo Batista, afirmou que algumas medidas foram adotadas, mas não são eficientes para manter o distanciamento necessário para evitar a proliferação da doença entre os funcionários.
Em nota, a Petrobras lamentou o falecimento do empregado da Refinaria Landulpho Alves e disse que o caso dele foi monitorado pelas equipes de saúde da empresa desde quando notificada. “A companhia está prestando todo apoio aos familiares e, para garantia do sigilo médico e da privacidade dos colaboradores, não divulga informações detalhadas sobre os casos”.
A empresa disse ainda que “vem adotando procedimentos robustos em todas as suas unidades desde o início da pandemia”. Na Rlam, segundo a nota, foram adotadas como medidas preventivas o fornecimento e obrigatoriedade de uso da máscara; medição de temperatura na entrada da RLAM; utilização de formulário para autodeclaração antes do início da jornada de trabalho; testagem; disponibilização de álcool em gel em todos os setores e em todas as estações de trabalho, bem como nos banheiros, copas, refeitório, transportes e demais ambientes; limitação da ocupação não superior a 50%, com uso de máscaras nos transportes; redução do número de mesas e limitação da ocupação não superior a 50%, disponibilização de luvas e de sacos plásticos para guarda da máscara (durante a alimentação em refeitórios); turno de 12h em caráter excepcional; e teletrabalho para os empregados em atividades administrativas que podem ser realizadas de forma remota.
Agirmou também que adiou em 14 dias o início da parada programada de manutenção da RLAM, que começaria em 15 de março.
Segundo Jairo Batista, mesmo com os procedimentos, os trabalhadores interagem e há o risco de contaminação pela doença.
“Eles tomaram algumas medidas, mas no nosso entender são muito superficiais. Por exemplo, a logística no almoço, onde uma parte ocupa o refeitório em horário diferente da outra. Mas não é suficiente. Os ônibus também continuam com lotação maior que 70%. Além disso, no trabalho, durante o dia, todos estão interagindo”, disse Jairo.
De acordo com a categoria, cerca de 800 petroleiros trabalham na refinaria. Uma parte em regime de turno e outra, em administrativo, que está em home office. No entanto, outros 1.500 funcionários de empresas terceirizadas dividem o expediente, o que pode aumentar o índice de contaminação.
A categoria decretou greve, que seria iniciada no dia 18 de fevereiro, mas suspendeu o movimento no dia em que iria iniciar. No dia 5 de março, a greve foi retomada.
Fonte: G1 BA