Noite de domingo dia 21 de março, familiares e amigos da goleira Yanne da Associação Ferroviária de Esportes (AFE) de Araraquara interior de São Paulo, acompanharam com muita expectativa a final da Copa Libertadores da América Feminino na Argentina, disputado no estádio José Amalfitani, pertencente ao Vélez Sarsfield, em Buenos Aires contra o America de Cali (Colômbia) e a Ferrinha venceu o duelo por 2 a 1, conquistando o segundo título continental de sua história (o primeiro foi em 2015).
No elenco da Ferrinha, como é carinhosamente chamado o time, está a jovem goleira Yanne, filha do casal Fátima (coiteense) e Fonseca, policial rodoviário federal aposentado. Ela foi contratada para o sub 17 depois de surgir no Vitória da Bahia, em seguida foi relacionada para compor o elenco da Guerreira Grená na disputa da Libertadores, esteve no banco de reservas e recebeu a medalha de campeã, a primeira de sua carreira.
Na noite de quarta-feira, 25, Yanne nem ‘esquentou o lugar’ em Salvador após chegar de Araraquara, acompanhou seus pais e o irmão Bruno, rumo a Conceição do Coité, distante 210 km de Salvador, tendo chegado à noite na residência de Dona Eridan, mãe de Fátima e avó da atleta, localizada ao lado do Centro Cultural.
Na manhã desta sexta o Calila Notícias esteve visitando a primeira jogadora de futebol coiteense com título internacional, assim pode ser considerada, segundo a própria mãe Fátima, já que além dos laços familiares, sempre está na cidade onde teve a comemoração do primeiro aniversário.
Yanne recebeu o CN ostentando máscara para proteção da Covid-19, camisa da Ferroviária e principalmente a maior recordação da conquista, a medalha de campeã.
Trajetória
A carreira de Yanne só está começando no futebol, basta dizer que ela em 2019 estava no fim do segundo ano do ensino médio quando recebeu um poste comunicando que o Vitória estaria fazendo uma peneira para disputar o Campeonato Brasileiro Sub-16, “eu pedi ao meu pai pra me levar, fiz a peneira de zagueira e passei, fui uma das selecionadas para disputa do brasileiro. No meio da competição o clube precisou trocar de goleira e tinha levado apenas uma, eu me ofereci, entrei em um jogo decisivo, se a gente não ganhasse voltava pra casa, entrei no gol, fiz algumas defesas e conseguimos classificar para a semi-final, conseguimos ficar em quarto lugar, algo que surpreendeu a muita gente que não acreditava”, contou a goleira.
Ainda segundo a goleira, quando estavam aguardando o embarque de retorno no aeroporto de Belo Horizonte para Salvador o técnico do Vitória falou que gostaria de contar com ela para jogar no time sub 20 do ano seguinte (2020), ela disse que seria um tanto complicado por conta dos estudos, como realmente não pôde ir em alguns jogos, “mas veio a pandemia, o ensino ficou remoto e passei a frequentar os treinos e jogos, o time não fez um bom campeonato, sofremos muitas derrotas e gols e decretou o rebaixamento, mas ainda assim acredito que pude mostrar algo que despertou o interesse da Ferroviária que me contratou e estou muito feliz”, afirmou Yanne.
Ouça a parte da entrevista que Yanne fala da Ferroviária que segundo ela, já tinha ouvido falar da equipe como de grande expressão. Ouça
Felicidade dos pais de Yanne
Fonseca e Fátima gostam de futebol, o CN já teve a oportunidade de encontrar o casal com os dois filhos no Estádio Barradão em jogos do Vitória, antes mesmo de Yanne ‘pensar’ em jogar profissionalmente, ela revelou que sempre brincou nas quadras dos colégios. Agora, sabendo que a filha está despontando numa carreira que se espera muito promissora, Fátima iniciou a entrevista lembrando que também sempre foi desportista, que defendeu a Associação Desportiva Coiteense (ADEC) tendo atuando no Handball e Futsal, apoiadora de seleção coiteense de futebol nas competições intermunicipais, “então Yanne pode estar herdando um pouco de tudo isso. Ela desde o 6 anos jogava futsal, seguramos o quanto pudemos, até que ela decidiu que queria seguir a carreira que começou pelo Vitória, se destacou e veio o convite da Ferroviária, equipe que a gente sabe que tem um investimento muito forte na base. Para uma mãe é gratificante, até porque eu sei a profissional que ela é, enquanto estudante e responsabilidade enquanto pessoa, uma filha exemplar, isso tudo deixa a gente muito feliz”, falou emocionada Fátima.
Fátima disse que a saudade é grande, mas algo que geralmente preocupa os pais são as condições de moradia, cuidados, e isto ela assegura que está muito tranquila, depois de tudo que foi passado pela diretoria.”Eles são muito profissionais, além de terem cuidados especiais com as atletas, diria que vejo nossa filha em ‘boas mãos'”, finalizou Fátima.
O pai de Yanne, Fonseca, que praticamente começou acompanhar a filha no futebol pouco tempo depois de se aposentar na Polícia Rodoviária Federal (PRF), disse também que está feliz pelo sucesso da filha. Ao comentar sobre a estrutura da Ferroviária, afirmou que é muito boa, em especial o trato dado às atletas. “Eu não estaria tão despreocupado se a transferência de Yanne fosse para uma equipe da capital, estive em Araraquara quando fui levar ela e embora seja uma cidade de 200 mil habitantes tem hábitos de cidade pequena do interior, algo que achei bastante positivo. Quanto ao clube eu também estou satisfeito pelo boa interação entre o clube e os pais”, destacou.
Yanne deverá se reapresentar já na próxima semana visando o inicio do Brasileiro A1, cuja estreia será contra o Palmeiras no Alilanz Parque em São Paulo, próximo dia 18/04.
Redação CN