O prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), foi ameaçado de morte na rede social e registrou um boletim de ocorrência neste domingo (28). A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar os fatos.
A equipe de investigação da Delegacia Seccional de Polícia de Araraquara realiza diligências em busca de elementos para identificar o autor das ameaças. As investigações prosseguem e demandam sigilo.
As publicações foram feitas depois que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) derrubou uma liminar que permitia a abertura do comércio no sábado.
Houve confusão entre Polícia Militar, Guarda Civil Municipal (GCM) e comerciantes que dizem precisar voltar a atender presencialmente na cidade que registra 17.161 casos de Covid-19 com 325 mortes. O comércio não essencial está fechado desde 8 de fevereiro quando a região entrou na fase vermelha do Plano SP.
Em uma das publicações, um homem perguntou: “Alguém sabe onde o prefeito Edinho mora?”. A frase foi acompanhada de figuras de fogo, caixões, facas e caveira.
Outro internauta escreveu: “Duvido, você não tem coragem”.
O homem que perguntou o endereço respondeu: “Aqui tem coragem, mas queria só um round com ele primeiro. Depois ia esfaquear de baixo pra cima”.
Ao deixar o Plantão Policial neste domingo, o prefeito afirmou que as ameaças não o intimidam e que não farão com que a prefeitura recue nas suas politicas públicas em defesa da vida no combate à pandemia.
“Na semana passada, a secretária municipal da Saúde, Eliana Honain, também foi ameaçada. As pessoas podem ter divergência de pensamento, de posicionamento, mas ninguém tem o direito amaçar ninguém, a ficar divulgando ato de violência, inclusive contra a vida”, disse Edinho Silva ao deixar o Plantão Policial.
Confinamento de 10 dias
Araraquara foi a primeira cidade do estado de São Paulo a restringir a circulação de pessoas – a não ser para ir trabalhar ou buscar atendimento médico. Em 21 de fevereiro foram fechados até serviços essenciais, como supermercados e postos de gasolina, e houve a suspensão do transporte público.
Um dia antes, a cidade havia batido o recorde diário de casos confirmados, com 248 registros, o correspondente a 46% das testes analisados. O município vivia uma crise hospitalar que chegou a beira do colapso.
Um estudo do Instituto de Medicina Tropical da USP encontrou a variante brasileira do novo coronavírus em 93% dos casos analisados na cidade. A P.1 pode ter relação com a alta da doença no município, segundo a prefeitura.
Após 10 dias de ‘lockdown’, a cidade de 240 mil habitantes registrou queda de casos e mortes pela doença. Na sexta-feira (26), depois de 44 dias seguidos, não foi registrado nenhum óbito em 24 horas.
“Nós devemos nesse momento deixar o ódio e a intolerância de lado e unir a cidade para que Araraquara não retroceda. Nós avançamos muito no combate à pandemia, não podemos perder tudo o que ganhamos, Só vamos conseguir avançar com união”, completou o prefeito.
G1