Envergonhado. Assim estava o capitão do Vitória ao deixar o gramado do Barradão na noite desta quarta-feira (5). Wallace não lamentou apenas o empate em 1×1 em casa com o rebaixado Fluminense de Feira e a eliminação precoce no Campeonato Baiano, mas o rumo que o clube vem tomando nos últimos anos.
O zagueiro havia afirmado anteriormente que era inadmissível o Vitória ficar fora das finais do estadual quanto mais das semifinais. Coube a ele a missão de falar aos microfones após a terceira eliminação seguida. Assim como em 2019 e 2020, o Leão não passou sequer da fase classificatória.
Continua sendo inadmissível, mas a gente nesses últimos anos tem criado a cultura do Vitória se apequenar. Infelizmente. Eu lamento o clube estar nessa situação. Passa muito por quem veste essa camisa também, né? Porque eu acho que o cara tem que se responsabilizar e saber da grandeza que o Vitória já foi. Infelizmente, hoje, a gente tem dado demonstrações pelos resultados que a gente tem tido que tem se tornado mais um time sem condições de disputar uma Série B nesse momento com condições de subir”, afirmou.
O Vitória estreia na Série B do Campeonato Brasileiro fora de casa, contra o Guarani, no dia 28 ou 29 deste mês. No início de junho, em datas ainda a serem confirmadas pela CBF, vai enfrentar o Internacional, na terceira fase da Copa do Brasil.
“É um momento de muita reflexão agora e avaliar tudo que a gente tem feito nesses últimos anos porque o que é que eu vou falar? O sentimento é de ira, de revolta, de frustração e, acima de tudo é de vergonha, porque, com todo o respeito que tenho ao Fluminense de Feira, a gente fala em questão de orçamento, talvez dois ou três atletas paguem a folha toda dos caras, e a gente não consegue vencer deles em casa. Talvez a gente comece a achar que joga mais do que joga, talvez a gente ache que é melhor do que é e, de fato, a gente não tem sido nesses últimos anos”, disse Wallace.
Revelado nas categorias de base do Vitória, Wallace está em sua terceira passagem pela Toca do Leão. Aos 33 anos, ele é um dos jogadores mais experientes do elenco e referência de liderança dentro de campo. Torcedor declarado do clube, o baiano nascido em Conceição do Coité revelou estar preocupado com o futuro rubro-negro.
“Espero que a partir de amanhã a gente faça uma reflexão profunda e mude, porque nesses últimos anos eu estou com medo que o Vitória se torne um Criciúma, um Paraná, porque pelo jeito e os resultados que estão vindo a gente está galgando esse mesmo caminho infelizmente”, finalizou o zagueiro.
Fonte: Correio