O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou nesta segunda-feira (9) de uma entrevista gerada pela Rádio Brado, uma emissora online através do site radios.com.br e retransmitido pelas rádios Piquaraçá FM (Monte Santo), Caraíbas (Senhor do Bonfim) e Planalto (Euclides da Cunha), além da Farol de Salvador.
Segundo o locutor que conduzia a entrevista, ao iniciar o programa vibrou ao ver que o presidente já estava conectado ao lado do ministro da Cidadania, João Roma, e afirmou várias vezes que a Brado é a primeira rádio conservadora do Brasil.
A entrevista no pool de rádios aconteceu exatamente no dia em que o governador Rui Costa (PT) estaria cumprindo agenda no município de Monte Santo, mas foi adiada para quarta-feira, 11, por conta da situação climática.
Durante a entrevista vários assuntos foram abordados pelo presidente Bolsonaro e o ministro João Roma, mas em nenhum momento foi citado ações ou questões que dissessem respeito aos municípios onde as rádios estão sediadas ou de outros que compõem os territórios Semiárido Nordeste II, Piemonte Norte do Itapicuru e Sisal, principais áreas de audiência das emissoras.
O presidente começou falando sobre os eventos com motos que vêm acontecendo no Brasil e disse que passeio de moto é sinal de liberdade e só sabe disto que anda de moto. Alegou que o governador Rui Costa tem inaugurado obras que são do governo federal, ocultando a logomarca e muitas das vezes cobrindo com a marca do governo do estado, a exemplo dos conjuntos habitacionais da “casa verde e amarelo”.
O presidente disse também que “devemos apreender com os erros dos outros e não com os nossos”. Sobre o voto impresso, assunto bastante comentado na impressa, Jair Bolsonaro afirmou que será derrotado na Câmara porque o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, apavorou os líderes de partidos para derrubar a proposta de acoplar impressoras nas urnas eletrônicas. “Tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, deve no Supremo. Então, o Barroso apavorou. Ele foi para dentro do Parlamento praticamente exigindo que o Congresso não aprove o voto impresso, afirmou o chefe do Executivo nacional.
Bolsonaro também fez denúncias de supostas fraudes nas eleições de 2018, porém dizia que não poderia prová-las, que era apenas suposições e que um hacker invadiu os computadores do TSE em 2018 e foi contratado por pessoas com dinheiro. “Inclusive, esse hacker trabalhou à vontade, tanto no primeiro quanto no segundo turno”, disse, ressaltando sempre que não tinha como provar a denúncia.”Quando as eleições acabaram, o grupo que o contratou não pagou. E aí o hacker resolveu denunciar”, disse o presidente.
Ainda segundo Bolsonaro a investigação da PF (Polícia Federal) não teve acesso aos dados da eleição porque o TSE apagou os rastros, apagou as digitais da cena do crime e, “não posso afirmar também, é que tinham acertado que esse hacker desviaria 12 milhões de votos meus. Retirar de mim, passar para outro e anular”, continuou o presidente.
O presidente atacou o ministro Barroso, o chamou de mentiroso e voltou a ameaçar a realização das eleições de 2022.
Sobre a Bahia, Bolsonaro afirmou que Rui Costa não investe no esporte ao citar uma publicação que ogovernador exalta os medalhistas baianos nas Olimpíadas de Tóquio. “Até a questão das Olimpíadas, você vê o governador da Bahia dizendo aí que, se a Bahia fosse um país, seria o 25º do mundo. Só que ele não investiu no Bolsa Atleta”, disse o presidente.
O CN ouviu algumas pessoas da cidade de Monte Santo e que se intitularam ‘Bolsonaristas’ que lamentaram a entrevista não citar a região que recentemente foi visitada pelo presidenciável Ciro Gomes (PDT) que subiu a Serra da Santa Cruz em Monte Santo e no outro dia almoçou com o prefeito de Euclides da Cunha, e que até aquele momento estava na expectativa da visita de Rui Costa a Pedra Vermelha em Monte Santo na próxima quarta.
O locutor que coordenou a entrevista apenas agradeceu ao dono da rede Piquaraçá, Ariston Andrade e ao locutor da radio Planalto, J. Neto. Também não houve interferência dos locutores das rádios interligadas durante a entrevista, o que pode ter contribuído para que assuntos da região ficassem de fora.
A participação de João Roma foi baseado mais na área de infraestrutura e citou as recentes inaugurações dos trechos da BR’s 101 e 116 trecho de Santa Bárbara que segundo ele ouvia criticas de que o Governo Federal não tinham ações na Bahia.
Redação CN