A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) realizou a maior captura de morcegos hematófagos deste ano: 600 animais. Esta foi a maior ação da Agência este ano, registrada no mês de Agosto, seguindo a estratégia de controle populacional da Raiva dos Herbívoros, uma das zoonoses mais impactantes na saúde pública, não só por sua evolução drástica e letal, como também por seu elevado custo social e econômico.
Por meio de notificações dos criadores a Agência identificou dois grandes abrigos com 150 animais no município de Itatim, localizado no Território de Identidade Piemonte do Paraguaçu e outros três, alojando 450 morcegos, na cidade de Cachoeira. A doença é de notificação obrigatória
Conforme a Instrução Normativa nº 50 do Ministério da Agricultura (MAPA), a doença é de notificação obrigatória. Os morcegos hematófagos se alimentam do sangue dos animais no pasto e assim transmitem a raiva.
O controle da enfermidade é feito em todo o Estado da Bahia, atendendo às estratégias do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), para diminuir a incidência da Raiva, mitigando seu risco para a saúde pública e reduzindo os prejuízos para a atividade agropecuária. “Os trabalhos dos fiscais da Adab sempre rendem melhores resultados quando são realizados com o apoio dos produtores. A Agência está atenta às ações de defesa, mas os criadores devem nos notificar sobre tudo o que acontece no campo, principalmente se o animal apresentar qualquer sintomatologia nervosa”, enfatizou o diretor geral da Adab, Oziel Oliveira. “Dessa forma, nosso corpo técnico que já tem competência nas ações, pode tornar os resultados da defesa ainda mais eficiente para o segmento”.
A existência de cavernas, grutas, casas abandonadas, bueiros e cisternas nas propriedades também deve ser informada à Adab porque é onde os morcegos se alojam. “De posse dessas informações, podemos cadastrar e monitorar as áreas de risco, promovendo ações de intervenção para a diminuição da população de morcegos”, explica o diretor de defesa sanitária animal, Carlos Augusto Spínola.
No momento da captura os técnicos da Adab aplicam uma pasta anticoagulante no dorso dos animais que são devolvidos para o ambiente e, de volta para os abrigos, espalham a droga entre os demais, exterminando uma parte deles para a manutenção do equilíbrio ambiental. Cada morcego tratado elimina até 30 outros animais, diminuindo consideravelmente a circulação viral na região.
“Ao redor desses abrigos, também encontramos morcegos doentes que foram coletados e enviados ao laboratório, conforme legislação federal. Todos apresentaram resultado positivo para a raiva, representando risco para a saúde humana”, disse o Coordenador do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros na Bahia Marcelo Sampaio, explicando que a identificação de animais positivos é fundamental para evitar a ocorrência de focos de Raiva. “Por tudo isso é importante a participação do produtor nessa tarefa de controle da raiva nos animais, que é uma doença fatal, não tem cura e traz enormes prejuízos para a pecuária. Notificar a doença ou animais mordidos junto à Adab não é apenas uma obrigação imposta pela lei. Acima de tudo é uma necessidade para o controle da Raiva dos Herbívoros em nosso estado”, salientou Sampaio.
Outras ações de controle desenvolvidas pela Adab são atividades de educação sanitária, vigilância epidemiológica e vacinação do rebanho que, apesar de não ser obrigatória, é recomendada anualmente, a partir do primeiro dia de vida dos animais. “Os primovacinados, aqueles que recebem a imunização pela primeira vez, precisam tomar uma dose de reforço após 30 dias. Daí em diante, apenas uma vez ao ano”, informou.
Participaram da ação nos dois municípios os fiscais estaduais da Adab Paulo Santana, Evandro Silva e Luciano Santos e os auxiliares técnicos Marcelino Lisboa e Paulo Raimundo.
Fonte: ASCOM ADAB