Maragogipinho é considerado o maior centro de produção artesanal de cerâmica da América Latina e se destaca pela população composta, na maioria, de artesãs e artesãos ceramistas que diariamente trabalham na produção de peças grandes, louças de barro, talhas, boi-bilhas, panelas, vasos, pratos, corbélias, esculturas e moringas, entre outros. Entre as peças pequenas, o destaque fica para as de caráter decorativo.
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Localizado no Recôncavo Baiano, bem próximo a Nazaré das Farinhas, Aratuípe fica às margens da movimentada rodovia BA 001 principal via de acesso aos municípios do baixo sul banhados pelo Oceano Atlântico a exemplo de Valença, Itacaré, Ilhéus, mas o famoso distrito Maragogipinho que tem uma população aproximada de 3 mil habitantes (dados de 2010), sofre com o pequeno trecho de 6 km de asfalto ruim.
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O Calila Notícias esteve na localidade banhada pelo belíssimo rio Jaguaripe e no centro do povoado é visto dezenas de olarias responsáveis pela grande produção de cerâmica, uma herança familiar que atravessa gerações.
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Nossa equipe conversou com Rodrigo da Paixão Mota que revelou ter começado no ramo quando ainda tinha 8 anos, hoje aos 29 é dono de um olaria que fica no centro do povoado, segundo ele a comunidade recebe muito turista e pessoas que vão fazer compra no atacado, mas poderia ser ainda melhor se tivesse uma estrada de qualidade. “Não me lembro quando foi feita, sei que tem muitos anos e nunca passou por uma boa restauração, vem em quando fazem o tapa buraco que não dura muito tempo, e sempre a gente ouve as pessoas dizerem que não vem mais por causa da estrada, porque corre o risco de comprar e quando pegar a estrada quebrar”, disse o artesão.
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O também artesão Jairo de 58 anos, trabalha na olaria de Rodrigo e confirmou que tem aproximadamente 20 anos que foi asfaltada a estrada e a população e visitantes nos últimos anos têm o desprazer de trafegar por ela.
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Edson Dantas saiu do Município de Irecê juntamente com a esposa Edite Barros para buscar mercadoria e segundo ele, não tem o que reclamar dos 360 km que rodou até Feira de Santana e os 150 km de Feira até Maragogipinho. “Depois de rodar mais de quinhentos quilômetros de estrada boa tendo passado por várias rodovias estaduais e federais quando peguei de Aratuípe para Maragogipinho logo me preocupei com possível prejuízos no retorno quando tivesse que passar de volta com o reboque carregado”, falou Dantas.
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O que muita gente não entende é como um trecho de aproximadamente 6km que dá acesso a um povoado tão importante para o turismo e economia local as autoridades não se mobilizam para realizar melhoria.
Rodrigo artesão de Maragogipinho faz uma breve demonstração da fabricação de peças a base de argila pic.twitter.com/oYOG3FpARX
— Calila Notícias (@calilanoticias) September 10, 2021