Durante o mês de novembro, temos a oportunidade de reforçar a importância da prevenção, conscientização e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, que é o tipo mais comum de câncer entre a população masculina, representando 29% dos diagnósticos da doença no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
De acordo com o órgão, a estimativa é que tenhamos, entre 2020 e 2022, 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano, no país. Já na Bahia a estimativa para 2021 é uma taxa de 85,51 casos para cada 100 mil homens.
Devido a esse cenário, o urologista Dr. Frederico Mascarenhas reforça a necessidade do diagnóstico precoce da doença, como forma de possibilitar uma melhor chance de tratamento. Existe também a indicação para a adoção de hábitos saudáveis, ação importante que contribui com a prevenção da doença.
“Existe uma controvérsia sobre a idade em que se devem recomendar os exames de rastreamento, mas em geral, esta é uma indicação para pacientes entre 40 e 50 anos, principalmente em casos de parentes próximos que tiveram diagnóstico de câncer na próstata”, explica o especialista.
Quanto aos fatores que aumentam o risco, temos na idade um fator importante, isso porque a incidência da mortalidade aumenta significativamente após os 50 anos. “Temos também o excesso de gordura corporal, além da questão genética”, sinaliza o urologista.
Entre os sinais e sintomas que podem contribuir com uma detecção, estão a dificuldade em urinar, diminuição de jato de urina, maior necessidade de urinar e presença de sangue na urina, que já aparecem em um estado mais avançado da doença. “Isso porque, em fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa”, aponta. Em geral, o câncer pode ser identificado com a combinação de dois exames, a Dosagem de PSA e o toque retal.
De acordo com o Dr. Fred, após haver a detecção, pensar no tratamento ideal para a doença é imprescindível. No entanto, a escolha do método mais adequado deve ser individualizado e definido entre médico e paciente, após discutiram os riscos e benefícios de cada um dos métodos à disposição.
“Em situações que a doença atingiu apenas a próstata, é recomendada a cirurgia, radioterapia e até mesmo, uma observação vigilante. Em situações de doença avançada, tanto a radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido recomendadas. Já em quadros mais críticos, de doença metastática, o mais indicado é a terapia hormonal”, sinaliza o especialista.
Diagnósticos
De acordo com o urologista, o Novembro Azul neste ano também alerta para a preocupação de possíveis casos de câncer de próstata, que deixaram de ser diagnosticados diante do quadro de pandemia, em que muitas pessoas deixaram de buscar os serviços médicos e consequentemente, atrasaram o diagnóstico da doença.
“As pessoas não procuraram o urologista, não fizeram o exame de toque, o PSA, durante cerca de um ano e meio ou dois anos, o que pode ter retardado o diagnóstico de muitos pacientes, sendo descobertos apenas em fases avançadas da doença. Se em tempos normais, a ida ao urologista é tão importante, no cenário atual, ela é ainda mais necessária”, ressalta Dr. Fred.
Mitos e Verdades
Diante de todo esse cenário, o especialista reforça a importância de estar atento aos mitos e verdade sobre a doença. Entre os mitos, a impressão que o câncer de próstata sempre apresenta sintomas. Isso porque a doença pode ser instalada sem que haja qualquer tipo de manifestação de sintoma, o que resulta em diversos casos sendo diagnosticados quando a doença já está em estágio avançado. Outro mito é que o PSA aumentado é sinal de câncer de próstata, uma vez que a alteração pode indicar outros fatores, por isso, o acompanhamento por um profissional urologista se faz tão importante.
“Entre as verdades, a maior incidência do câncer de próstata em afrodescendentes. É preciso ter um cuidado redobrado com o acompanhamento médico por parte dessas pessoas, já que elas se enquadram em um grupo de risco e podem apresentar até 60% mais chance de desenvolvê-lo. Outra verdade é que a atividade física regular ajuda na prevenção e tratamento. Isso acontece não apenas com o câncer de próstata, mas com tantas outras doenças, a atividade física é um dos principais aliados da população e pode contribuir para que o câncer de próstata não se manifeste”, explicou Dr. Fred.
Além dos pontos já citados, o fator obesidade pode aumentar o risco de desenvolvimento do câncer, além da hereditariedade, que também é algo que aumenta o risco de desenvolvimento da doença. Isso porque, um parente de primeiro grau com a doença duplica sua chance. Dois familiares com a doença aumentam essa chance em cinco vezes.
“Por isso, o recomendado para quem tem casos na família é procurar um urologista a partir dos 45 anos”, enfatiza Dr. Frederico.
CN | Fonte: Assessoria de Comunicação – Dr. Frederico Mascarenhas (urologista)
Maria del Carmen González Azevêdo