Valorizado pelas boas atuações na temporada 2021, o atacante Vinícius, de 28 anos, é o novo contratado do Bahia. Só que ele não ficará em Salvador no ano que vem. O jogador assinou com o clube por dois anos, sem custos, mas será emprestado ao Goiás, por causa do rebaixamento tricolor à Série B.
O atacante, inicialmente, estava nos planos do Esquadrão, e as duas partes firmaram pré-contrato em novembro. Só que o Bahia caiu para a segunda divisão – o que reduziu drasticamente o orçamento para 2022.
Assim, a diretoria optou por emprestar Vinícius por um ano ao Goiás, que conquistou o acesso e retorna à Série A no ano que vem. O salário será pago integralmente pela equipe goiana.
“O Esporte Clube Bahia informa ter firmado pré-contrato sem custos com o atacante Vinícius, que se destacou no Náutico em 2021, e acertou empréstimo do atleta para o Goiás até o fim da próxima temporada. O jogador assinou vínculo de dois anos com o Esquadrão e terá 100% da remuneração paga pela equipe goiana. A decisão de não contar com Vinícius em 2022 faz parte das adequações financeiras necessárias do Tricolor para a disputa da Série B”, disse o clube, em nota oficial.
Na última segunda-feira (20), durante reunião com o Conselho Deliberativo, o presidente Guilherme Bellintani apresentou o orçamento do clube para 2022, e confirmou o enorme prejuízo financeiro por causa da queda.
Pela proposta apresentada aos conselheiros, o Bahia espera arrecadar R$ 95,6 milhões no ano que vem – o menor valor desde 2016, quando orçou faturar R$ 83 milhões. Representa queda de R$ 76,2 milhões (44,4%) na comparação com a previsão de 2021, de R$ 171,8 milhões – parte deste valor foi oriundo de receitas de 2020 que entram no clube só no ano seguinte, ainda mais que o Brasileirão 2020 invadiu 2021.
A maior parcela do prejuízo é decorrente dos direitos de transmissões dos jogos. Na primeira divisão, o Bahia tinha previsão de arrecadar R$ 49,9 milhões. Na Série B, a cota fixa é de R$ 8,4 milhões – redução de R$ 41,5 milhões.
Entrave salarial
Assim, fora dos planos do Bahia, Vinícius já foi anunciado pelo Goiás, se tornando o primeiro reforço confirmado do Esmeraldino para o ano que vem. Na última temporada, ele fez 44 jogos e marcou 13 gols pelo Náutico.
Revelado nas categorias de base do Palmeiras, o atacante já atuou em Salvador, mas com a camisa do Vitória. Ele fez 20 partidas pelo rubro-negro em 2014, entre a Série A e a Copa Sul-Americana, e marcou um gol. Também acumula passagens pelo Ceará, Coritiba e Chapecoense, no Brasil, além de equipes da Grécia e Turquia.
A questão salarial, aliás, tem atrapalhado o Bahia na negociação de jogadores. Rossi, por exemplo, é um nome que agrada ao Athletico-PR, mas o valor que o atacante recebe no tricolor é alto demais para a realidade do Furacão. Vale lembrar que o jogador teve o vínculo renovado automaticamente por cumprimento de meta contratual.
Outro na mesma situação é Óscar Ruiz. Fora dos planos do Esquadrão, o meia estaria na mira do Banfield – time que é treinado por Diego Dabove, ex-técnico do Bahia. Porém, segundo o jornal argentino Olé, o maior entrave na contratação é financeiro, já que o clube não tem condição de pagar o salário que o atleta recebe no tricolor. A solução seria reduzir os valores.
Já o goleiro Douglas Friedrich, que estava emprestado ao Juventude na temporada 2021, retorna ao Bahia para a temporada 2022, também por questões financeiras. O time gaúcho não tem orçamento para manter o jogador.
Ainda há o caso de Rodriguinho, que está em fim de contrato com o Esquadrão e interessava ao Santos, sendo um pedido do técnico Fábio Carille. O meia aceitou reduzir bastante o salário em relação ao que ganhava no Bahia, mas as partes não conseguiram chegar a um acordo.
Fonte: Correio