A perda ou a diminuição da renda causada pela pandemia de Covid-19 ou por outros fatores poderão afetar o orçamento de muitas famílias em 2022. Por isso, equilibrar as contas logo no início de ano pode não ser uma tarefa fácil, ainda mais por se tratar de um período de muitas despesas. Diante desse cenário, é necessário mais disciplinas com os gastos.
Segundo o economista especialista em gestão financeira, Augusto César Santiago Teixeira, é imprescindível a pessoa se conhecer; a partir desse momento é que haverá um direcionamento de organização de contas como IPTU, IPVA, água, luz, escola dos filhos, prestação da casa, entre outros.
“Há pessoas que conseguem guardar um pouco de sua remuneração, outras gastam tudo que recebem e tem pessoas que gastam mais do que são remuneradas. O consumidor precisa entender que é necessário gastar menos do que a sua remuneração; em outras palavras, sonhar com um futuro melhor, porém, adquirindo o que seu capital pode proporcionar”, alertou o docente do Centro Universitário Ages, que também é educador financeiro e mestre em Sociologia.
Com o orçamento apertado é preciso saber as prioridades, é o que explica Augusto. “Posso ter um orçamento apertado, porém, possuir uma reversa, onde tiro todos os meses um pouco do dinheiro e guardo para o início do ano posterior. Preciso calcular: qual o gasto que eu tive com IPTU, IPVA, matrícula escolar, material escolar em 2021, e a partir desse valor, guardar um capital mensal para que em 2022 tenha o dinheiro de pagar à vista. Devemos colocar em prática para 2023 e assim por diante”, ensina.
Confira abaixo outras dicas que o economista e educador financeiro preparou para começar o ano com o orçamento mais equilibrado:
Matrícula e material escolar
Caso a escola seja particular e se tiver mais que um filho, uma dica é solicitar um desconto na mensalidade e fazer uma pesquisa do preço do material escolar, procurar convênios ou, reunir vários pais para pleitearem desconto e conseguirem maiores prazos sem juros.
“Estando com poucos recursos, peça um pouco de prazo na escola, contudo, prazos que possa cumprir, pois, a inadimplência desequilibra a estrutura familiar e da empresa. Não tendo condições em 2022, podemos matricular em um bom colégio público, organizar as finanças e voltar a escola particular em 2023”, disse o economista.
IPTU e IPVA
São dois impostos distintos, pois, IPVA no pagamento será de acordo com a placa, assim, a pessoa estando com poucos recursos será prioridade o imposto que tem vencimento primeiro e dividir se for o caso. “Por outro lado. Todos os dois tem desconto com pagamento adiantado, podemos guardar o 13º salário (com investimento automático – aquele que rende 100% do CDI e com liquidez imediata) e utilizar para conseguir o pagamento desses impostos obrigatórios com desconto em 2022. E o restante do 13º para amortizar a dívida que deixou com os gastos escolares”.
Cartão de crédito
Para aqueles que precisarem usar o cartão de crédito como meio de pagamento, apesar de facilitar na hora da compra porque não precisa ter dinheiro, ele também pode ser tornar um vilão, caso não haja uso inteligente e de acordo com os recursos disponíveis para pagamento da fatura. Segundo o economista, o cartão pode ser vilão ou aliado, dependerá de sua utilização. A melhor maneira de utilizar o cartão é pagar 100% da dívida no prazo. Dessa maneira, será aliado, garantirá compra sem juros. Ao dividir valores, normalmente vai acarretar juros sobre o preço do produto.
“Quando se divide em parcelas para muito tempo se chega a pagar até 50% a mais do valor do produto. Dessa maneira, o cartão é vilão. O pior jeito de utilizar o cartão é realizar o pagamento mínimo, pois, o custo efetivo total para o rotativo está em média 375% de juros ao ano – supervilão”, alertou.
13º
O décimo terceiro salário pode ser uma alternativa para pagamento dessas contas. Uma sugestão, ensina o gestor financeiro, é investir o 13º salário em uma conta investimento automático, com liquidez imediata para 100% do CDI e quando for realizar os pagamentos, pagar à vista, com um bom desconto.
Desemprego x empreendedorismo
Quem perdeu o emprego recentemente estará amparado nos meses iniciais com o seguro-desemprego. Uma alternativa, aponta o Augusto César, é empreender, investir no próprio negócio e aproveitar que a economia está dando sinais de melhora e as empresas estão iniciando contratações, porém, é necessário qualificação profissional, por isso, é imprescindível o incentivo e investimento em educação.
“As empresas estão necessitando de bons vendedores, pessoas que atuem com suporte tecnológicos, muitas empresas procuram colaboradores com capacidade de gerenciar as finanças, gerenciamento de redes sociais, pleno conhecimento para atender através das redes, pós-venda, conhecimento de sistemas gerenciais, enfim, temos muito campo de trabalho e pouca capacitação”, afirma.
Outra maneira é empreender, abrir seu próprio negócio. “Porém, é necessário estudar o mercado, realizar um bom plano de negócios, estudar sobre o empreendimento que necessita conhecer, buscar ajuda de pessoas que conhecem a parte burocrática da abertura de uma empresa e até mesmo uma consultoria, pois, é preciso reduzir os riscos ao máximo”.
Fonte: Comunic.ativa | AGES