A administradora Cecília Fioresi, 40 anos, morreu soterrada após a forte chuva que atingiu Petrópolis, na região Serrana do Rio. Uma coincidência trágica: Cecília levava o nome da avó, Cecília Eler, que há 50 anos também morreu no desabamento da casa em que morava em Petrópolis. A avó tinha 55 anos ao morrer.
Cecília trabalhava em uma clínica na Rua Teresa, uma das principais da cidade, segundo reportagem do Uol. O prédio foi atingido por um deslizamento e desabou. Ela estava empregada na clínica há apenas 34 dias.
O comerciante Alexandre de Araújo Dutra, de 47 anos, recebeu uma ligação por volta das 20h de uma pessoa perguntando por Cecília, que é sua ex-mulher. Ele então começou a procurar por ela.
“Estávamos separados só no papel, porque éramos muito amigos. Eu fui o primeiro a chegar no local. A gente ainda teve um suspiro de esperança, porque, por volta das 23h, funcionários da clínica disseram que chamaram ela e ela respondeu dizendo que estava com a perna presa e pediu por ajuda, mas não deu tempo”,
A irmã dela, Camila, de 37 anos, mora em Brasília e viajou ao saber da tragédia. “A minha mãe perdeu a mãe dela que se chamava Cecília pelo mesmo motivo aqui em Petrópolis no temporal de 1972. A minha avó se chamava Cecília e morreu soterrada, a minha irmã se chamava Cecília e morreu soterrada”, disse.
Camila afirmou que a vontade era de retirar a família toda da cidade. “Cada chuva, cada relâmpago, o medo bate (…) Isso daqui não é vida”, disse, chorando. “Eu quero tirar minha mãe daqui. Ela perdeu a mãe e agora a filha, da mesma forma. Isso não é justo.”
Cecília deixou um filho de 6 anos, que estava com a a avó – a mãe da vítima, que tem 71 anos.
Fonte: Correio