Proposta da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), o projeto “Vigilância em Saúde Mental: coorte da população de Feira de Santana, Bahia, deu início, na semana passada, às atividades da pesquisa que pretende abranger, em entrevista domiciliar, um público de até 5 mil pessoas para avaliar a situação de pós-pandemia da Covid-19 no contexto do território urbano.
O estudo que tem previsão de durar de oito a doze meses é desenvolvido em parceria interinstitucional firmada com as Universidades Federais da Bahia (UFBA), do Recôncavo da Bahia (UFRB) e do Mato Grosso do Sul (UFMS); Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj); localmente, com as Secretarias de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e Municipal de Feira de Santana (SMS) e com o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest).
Em âmbito geral, o estudo é coordenado pela docente da Uefs, doutora Tânia Maria de Araújo. A coordenação do trabalho de campo é composta pela professora da Uefs, Ariane Cedraz Morais, pela enfermeira, Natália Araújo, ambas doutorandas; e pelo enfermeiro doutor Jules Ramon, que faz estágio de pós-doutorado.
Todos estes pesquisadores estão vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), através do Departamento de Saúde da Uefs (DSAU). Pesquisa de campo domiciliar, a coleta de dados será realizada por 15 pessoas, que foram treinadas e acompanhadas pela equipe da Uefs e devem entrevistar as populações em residências, “de porta em porta”, conforme a distribuição por bairros e ruas de Feira que configura a amostra [grupo de cidadãos que respondem à pesquisa].
Especificamente, o estudo poderá elaborar um instrumento de mensuração dos impactos da pandemia em dimensões da vida; mapear os serviços/ações de atenção à saúde mental nos territórios; caracterizar a frequência e fatores associados aos transtornos mentais e suicídio em populações com 15 anos ou mais de idade (contemplando, portanto, adolescentes, jovens, adultos e idosos); rastrear transtornos mentais relacionados ao trabalho e à Covid-19; e monitorar a situação de saúde mental e Covid-19, com ênfase na atuação-integração da Atenção Básica de Saúde. Com embasamento científico, a pesquisa considera indicadores socioeconômicos e de vulnerabilidade (intersecções de gênero, raça/cor da pele, geração, escolaridade, trabalho e renda) para análise de dados, à nível nacional e internacional.
As atividades de pesquisa ocorrem de segunda à sábado, das 8h às 18h. Para garantir segurança e transparência de ações às pessoas que estão sendo entrevistadas, os profissionais que conduzem cada pesquisa domiciliar portam crachá, roupa e acessórios que estampam seus respectivos nomes e as logomarcas da Uefs e do Núcleo de Epidemiologia da Uefs (NEPI), responsável pelo estudo.
A partir desta pesquisa, será possível elaborar um Plano de Atenção à Saúde Mental; propor protocolos de rastreamento e investigação clínico-epidemiológica de transtornos mentais para uso no acolhimento e triagem, especialmente na Atenção Básica em Saúde e no Cerest; ofertar cursos de capacitação em Epidemiologia, Saúde Mental e Trabalho; e produzir material para ampla divulgação dos resultados e ações.
Fonte: UEFS