Morreu ontem, 21, no Hospital Santa Isabel, em Salvador, aos 99 anos [faltando 6 meses e 7 dias para completar 100], a senhora Joanita Mota Araújo Lopes. A idosa estava internada após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Em contato com o médico Luiz Delfino, um dos filhos, ele informou que a mãe levava uma vida em plena lucidez, andava livremente e estava convidando as pessoas para comemorar seus 100 anos. Mas infelizmente há uma semana ela sofreu AVC em casa, foi transferida para Salvador, mas não resistiu.
O velório está acontecendo na residência da família na Praça Manoel Novaes e sepultamento no cemitério local às 17h de hoje, 22.
Dona Joanita foi a primeira secretária de gabinete do prefeito de Valente quando emancipou-se de Conceição do Coité em 1958, tendo atuando como servidora pública municipal até o ano 1981, e mostrou seu talento quando no ano 2004, aos 81 anos, escreveu o livro “Memória da Praça Manoel Novaes”.
Veja abaixo a biografia de Dona Joanita escrita por Kinho Motta, diretor de cultura da prefeitura.
Joanita Mota Araújo Lopes, carinhosamente Dona Joanita, filha de Antônio Delfino de Araújo e Agripina Mota de Araújo, nasceu no dia 28 de março de 1923, na Rua Getúlio Vargas, na então Vila Valente.
Casou-se com o saudoso Edilberto Lopes de Oliveira, com quem teve seis filhos (Professora Stela, Professora Zuleica, Dr. Edil, Dr. Luiz Delfino, Wilson e Dr. Heraldo).
Mulher dinâmica, sempre esteve à frente do seu tempo. Foi professora leiga, designada pelo Estado, no governo de Antônio Balbino, e dava aulas em sua residência.
Após a emancipação do município (1958), foi a primeira Secretária Municipal do Gabinete do Prefeito, atuando nas gestões municipais entre os anos de 1959 e 1981.
Sempre gostou de estar ao lado de crianças, adolescentes e jovens, conversando e passando seus ensinamentos.
Era leitora assídua, sempre bem informada.
Artesã, desde a infância fazia crochê e renda de bilros, uma arte trazida ao Brasil pelos portugueses e que, até a década de 1940, era uma tradição em nossa região. Aos 92 anos de idade confeccionou e doou ao Memorial de Valente uma almofada feita com renda de bilros.
Escritora, em 2004, aos 81 anos de idade, escreveu o livro “Memória da Praça Manoel Novaes” que conta a história do desenvolvimento da cidade de Valente a partir do entorno da sua residência.
Em sua biografia, assim escreveu: “Com a ajuda de Deus Todo Poderoso e os nossos esforços, conseguimos nos adaptar a uma vida humilde e investimos em benefícios aos nossos entes queridos, dádivas de Deus. Eu e meu esposo conseguimos realizar nossos desejos”.
Detentora de um rico conhecimento sobre a história de Valente, seus relatos sobre a Paróquia Sagrada Família, política e desenvolvimento do municipal estão eternizados em pesquisas de estudantes, teses, livros e em sites.
Mãe, avô, bisavô, mulher forte, de olhar sereno e sorriso cativante, com muito serviço prestado à comunidade, deixou seu legado para o município de Valente.
Valente está de luto, mas agradecido por todos os ensinamentos deixados por Dona Joanita Lopes.
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