O deputado federal Alexandre Frota (PROS) teve a falência civil decretada pela Justiça na quarta-feira (14) por causa, principalmente, de uma dívida de cheque especial que começou com R$ 88 mil, mas que já supera a marca de R$ 1,2 milhão com o Banco Econômico S/A, em virtude de juros, multas e correções monetárias desde 2006. Ele não foi reeleito em 2022.
O banco é o maior credor do ex-ator e agora parlamentar, que pediu a autofalência na Justiça por justamente não ter recursos para pagar os cerca de R$ 1,4 milhão em dívidas que tem com credores, como o cantor Chico Buarque, e o desembargador federal Rogério Favreto (TRF-4), que processaram o parlamentar na Justiça.
Segundo os registros do Tribunal de Justiça de SP, a dívida do cheque especial de Frota com o banco foi reconhecida pela Comarca de Osasco em 2006, no valor de R$ 88.477,14 .
Desde então, os recursos e a ausência de bens do ex-ator no mesmo valor para leiloar atrasaram a execução da dívida e elevaram os cálculos dos juros, multas e das correções.
Segundo a informação incluída pelo advogado do deputado ao processo de insolvência, a dívida de Frota com o Banco Econômico S/A já soma R$ 1.282.388,53, quase 80% do que ele alega na Justiça dever na praça atualmente.
Resumo
– Frota foi declarado insolvente pela Justiça devido a uma dívida de cheque especial com o Banco Econômico S/A
– A dívida foi reconhecida em 2006 e atualmente ultrapassa R$ 1,2 milhão devido a juros, multas e correções monetárias
– Frota também tem dívidas com outros credores, como o cantor Chico Buarque e o desembargador federal Rogério Favreto
– Ele pediu a autofalência na Justiça, alegando não ter recursos para pagar as dívidas
– Em 2012, a Justiça deu a Frota 15 dias para pagar um montante de R$ 435.463,75, sob pena de multa
– Em 2019, foi decretada a penhora de 30% do salário de Frota na Câmara Federal até que a dívida fosse paga
– O desconto foi suspenso por um juiz devido a compromissos do deputado com o sustento da família
– Frota afirmou que não possui mais patrimônio que possa suportar suas dívidas e que seu nome está incluído em listas de restrição de crédito e protestos
– A insolvência foi decretada pelo juiz da 3ª Vara Cível do Foro de Cotia
Juros e multas
Em fevereiro de 2012, a Justiça havia dado 15 dias para que o deputado pagasse o montante de R$ 435.463,75. Caso o pagamento não fosse efetuado, a dívida teria acréscimo de 10% de multa.
O não pagamento implicou ainda na penhora de 30% do salário do deputado na Câmara Federal, em janeiro de 2019, até que o total da dívida, na época em R$ 778 mil, fosse repassado ao banco credor.
O desconto foi sustado pelo mesmo juiz, em virtude dos compromissos do parlamentar com o sustento da família e o pagamento de pensão para uma de suas filhas.
“Pressionado psicológica e materialmente, o requente [Frota] não encontra outra saída senão entrar com a presente ação de insolvência, pois o mesmo como se comprova através de sua declaração de imposto de renda em anexo, não possuir mais qualquer patrimônio que possa suportar as poucas ações que ainda restam .(…) Hoje inclusive vê seu nome incluso nas listas de restrição de crédito e com protestos em alguns cartórios de protestos e notas de São Paulo”, disse o advogado do deputado federal no requerimento protocolado na Justiça pedindo a falência dele.
O g1 procurou o gabinete de Alexandre Frota para falar com o parlamentar, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Insolvência decretada
A falência do ex-ator foi decretada na quarta (14) pelo juiz da 3ª Vara Cível do Foro de Cotia, na Grande São Paulo. Ao analisar documentos e processos, o juiz Carlos Aiba Aguemi reconheceu a situação de insolvência civil e nomeou o próprioBanco Econômico S/A como administrador da massa falida do deputado do PROS.
Com isso, todas as futuras dívidas e condenações de Alexandre Frota passarão a ter os juros suspensos e serão direcionados para esse processo de insolvência, para gerenciamento da massa falida por parte do banco nomeado. Ou seja, ele perde autonomia sobre suas finanças e pertences.
g1