Desde que Rosinete Nery de Lima, 35 anos, foi assassinada a golpes de faca pelo próprio “amigo” em julho do ano passado, no bairro Mansão, em Conceição do Coité, seus três filhos menores de idade passaram por um drama. O Calila Notícias fez a reportagem – Relembre
Nete como era conhecida, deixou cinco filhos no total (dois com 18 anos) e quando foi morta, estava grávida de dois meses. Por coincidência no ano 2011 ela sofreu tentativa de homicídio quando estava grávida, recebeu um golpe de faca desferida pelo proprio sobrinho – Veja/relembre
Dois anos antes, em 2009 Rosinete havia perdido a irmã Rosineide Nery de Lima, morta a facada pelo próprio irmão Raimilson Nery da Silva.
Com a tragédia, os três garotos não ficaram com os familiares devido ao histórico de alcoolismo do pai e por conta do tio deles ter matado a própria irmã. A situação quase levou os garotos a serem encaminhados para o orfanato de Feira Santana se não fosse a bondade de uma moradora do bairro.
Considerada umas das pessoas mais caridosas da região, Valdelice Cruz de 41 anos, sempre deu apoio por causa dos problemas que Nete enfrentava.
“Tinha muito carinho pela Nete. Era uma mulher muito carinhosa apesar da situação triste com bebida alcoólica”, disse Val como é conhecida.
Segundo Val, o garoto mais velho tem 11 anos e quando a mãe morreu, ele afirmava que iria vingar a morte dela. ” Os mais novos têm 8 e 9 anos. O meu filho de 11 anos dizia que quando crescesse iria matar o rapaz que tirou a vida da mãe deles, mas, sempre conversei sobre a situação e graças a Deus ele parou de falar isso”, disse.
Na época do assassinato, a história causou comoção em milhares de pessoas, inclusive chegou ao conhecimento da justiça. “O juiz e o promotor entenderam que sempre cuidei dos meninos e me deram a guarda para que eles não fossem para um orfanato”, falou emocionada.
Valdelice é servidora pública municipal, casada e mãe de 3 filhos biológicos, que se somando aos 3 que ela adotou, totaliza 8 pessoas em uma casa de poucos cômodos e bastante danificada.
Recentemente seu esposo sofreu um acidente de moto e a única renda que a família possui é o salário da mulher. “A situação está bem complicada, pois, estou me desdobrando para não faltar nada para meus filhos, principalmente os que Nete deixou. Ele são muitos sofridos”, relata.
Ela contou ainda que o esforço é imenso para manter a casa por conta da enfermidade do marido. “Meu marido está desempregado e a situação ficou complicada pois, os custos eram divididos e hoje somente eu que faço isso devido ás condições de saúde dele”, lamenta.
Mesmo com as dificuldades, Val acredita que seus filhos estão vivendo bem melhor e com uma realidade totalmente diferente. “Todos estão matriculados na escola, tem horário pra tudo, andam limpos, bem vestidos e não ficam jogados na rua como ficavam anteriormente. Sem falar que tem nosso amor, carinho e dedicação.”
Questionada se as pessoas julgam por ter acolhido os filhos de coração mesmo sem muitas condições, ela enfatizou que jamais deixaria os meninos irem para uma casa de órfãos. “Jamais devemos julgar o próximo. E se fosse você? Não sabemos o dia de amanhã e vejo meus filhos como um presente e missão que Deus me deu. Fazer o bem é meu lema”, finaliza.
Redação CN | Reportagem de Rafaela Rodrigues do Caldeirão do Paulão