Após 10 anos de uma conquista milionária de 22 funcionários do hospital municipal da pequena cidade de Teofilândia, região sisaleira da Bahia, ao acertarem as seis dezenas da Mega-Sena da virada, o site Caldeirão do Paulão descobriu como estão algumas dessas pessoas que na época dividiram cerca de R$ 224 milhões com mais 4 apostas pelo Brasil.
Tudo começou dias antes do sorteio quando o então Valdemir Assis, diretor administrativo da unidade, convidou todos os funcionários do hospital para participarem do bolão. “Fazíamos o bolão todos os anos! Organizei essa aposta e convidei os colegas. Alguns participaram e outros recusaram, pois, alegaram que não tinham dinheiro e até mesmo aqueles que possuíam, iriam usar para tomar uma dose de cachaça”, relembrou aos risos.
Ele explicou a reportagem que dos 22 ganhadores, quatro pagaram R$ 10 e ficaram com R$ 4,3 milhões cada; e os outros 18, inclusive ele, contribuíram com R$ 5 e ficaram com R$ 2,160 milhões, aproximadamente.
“Fiquei extremamente ‘sereno’ com o resultado e abri um espumante com minha esposa como fazia de costume toda virada de ano. Minha ideia era apenas sair do aluguel!”, contou Valdemir ao Caldeirão do Paulão.
Valdemir relatou ainda que cumpriu com os planos, comprou uma casa em Salvador de quase meio milhão de reais e utilizou outra parte para formar as três filhas no ensino superior. “Só na casa gastei quase metade do valor, mas, realizei o sonho da casa própria depois de 20 anos sem uma moradia e ajudei minhas filhas nos estudos”, afirmou.
Questionado sobre ter guardado algum valor do prêmio, Valdemir foi enfático: “Não sobrou nada! O futuro é a morte. Pra quem não tinha nem uma galinha e uma casa para morar, estou no lucro”, disse.
Na mesma linha de raciocínio de Valdemir, Ninval que também foi um dos vencedores do prêmio, contou que também investiu no ramo imobiliário, mas, não sobrou nenhuma quantia. “Não guardei nenhum valor, pois, também doei muitas cestas básicas e ajudei muitas famílias que precisavam. Não me arrependo e faria tudo novamente mesmo voltando a trabalhar na zona rural”, disse Ninval.
Acabou o milho, acabou a pipoca!
Em conversa com o Caldeirão do Paulão, outro vencedor que preferiu não se identificar reafirmou que todos os 22 ganhadores não possuem nem sequer uma reserva do prêmio adquirido em 2014. “Todo mundo ficou sem nada, inclusive eu! Risos. Alguns até conseguiram fazer investimentos, porém, conheço gente que ganhou e hoje não tem casa e ainda passa necessidades.”, informou.
A fonte revelou ainda que talvez o motivo para a escolha de gastar o dinheiro foi a falta de planejamento. “A empolgação do momento! Muita farra, pagando bebida e comida para todo mundo da cidade. Pelo menos eu, achei que o dinheiro nunca ia acabar”, lamentou.
Por: Rafaela Rodrigues