A pequena comunidade Serra dos Correias no município de Heliópolis no Nordeste da Bahia ficou pequena diante do grande número de pessoas que lá estiveram durante todo o dia de sábado, 19, para os velórios e sepultamentos dos corpos dos quatro estudantes mortos a tiros na tarde de sexta-feira, 18, dentro da sala de aula da Escola D. Pedro I.
O estudante Samuel Santana Andrade de apenas 14 anos, em posse de uma arma de fogo disparou e matou os colegas Adrielle Vitória Silva Ferreira, Fernanda Souza Gama e Jonathan Gama dos Santos, todos da mesma idade, 15 anos, em seguida tirou a própria vida, uma cena muito triste que assim como já aconteceu em outros estados do Brasil e no exterior, ganhou repercussão nacional.
Os corpos após serem liberados do Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Euclides da Cunha foram entregues as famílias para realizarem os velórios e posteriormente os sepultamentos. Adrielle e Fernanda residiam em Serra dos Correias, os corpos foram velados nas residências dos pais e saíram para os sepultamentos no mesmo horário, se encontraram no centro do povoado pouco depois das 17h e seguiram juntos para cemitério local, enquanto Jonathan morava no Povoado Farmácia que fica próximo ao local onde foi morto. Ele foi sepultado no Povoado do Junco pouco depois das 19h. Samuel Santana Andrade autor dos disparos e que em seguida tirou a própria vida foi enterrado na sede do município de Heliópolis.
Segundo o Calila Notícias apurou, Adrielle e Fernanda eram filhas únicas e Fernanda e Jonathan eram primos, família Gama.
Motivação dos disparos
A Secretaria de Segurança Publica da Bahia (SSP/BA) horas depois do ocorrido determinou apuração imediata das polícias civil e militar para tomar conhecimento do que motivou esta tragédia, bem como de quem era a arma usada nesta tragédia.
Informações extraoficiais que chegaram ao Calila Noticias e que devem estar na linha de investigação policial têm duas versões; a primeira que Samuel estava abalado por ter terminado o namoro com uma jovem, outra versão dar conta que ele teria discutido com Jonathan, porque ele tinha interesse por namorar Adrielle, mas a jovem demonstrava interesse por Jonathan, diante desta situação os dois jovens tiveram uma conversa. Não há informações oficiais se algum destes boatos foi o que motivou o triplo homicídio seguido de suicídio.
Adolescente que provocou mortes não tinha histórico de violência, diz delegado
O delegado titular do município de Heliópolis, Thiago Alves Cunha, afirmou que Samuel Santana de 14 anos, não tinha histórico de violência. “Não há nenhum registro, nem em Conselho Tutelar, nem Cras nem Creas, sobre a vida pregressa desse adolescente”, disse o delegado. Segundo ele, três pessoas já foram ouvidas, incluindo o pai do jovem, que disse não saber como o filho conseguiu a arma e cometeu o crime.
Ele revelou também que, no momento do ataque havia nove estudantes na sala, além de uma professora..
O assunto ganhou repercussão nacional assim como os casos envolvendo alunos de outros estados como São Paulo e Paraná quando escolas foram invadidas e alunos foram mortos. O governador Jerônimo Rodrigues foi o primeiro a usar a rede social e posteriormente a do Estado para lamentar o ocorrido e colocar a máquina administrativa disposição das famílias, a exemplo da SEC (Secretaria de Educação do Estado) que enviou profissionais de vários setores, de modo especial, psicólogos para apoiar as famílias e permanecerão em Heliópolis o tempo que for necessário.
Ministério Publico também está firme no apoio à população em trabalho integrado com a SSP/BA.
O Ministério Público da Bahia segue presente em Heliópolis para garantir o acolhimento psicológico e emocional dos alunos, inclusive com o amparo do Conselho Tutelar, bem como dos familiares das vítimas, professores e funcionários do Colégio Dom Pedro I, na comunidade de Serra dos Correias.
Segundo o promotor do MPBA, Alison Andrade, que atua no caso, é primordial cuidar da população de Serra dos Correias. “Esse caso mobilizou todo o estado e vamos trabalhar para acolher todos que sofreram diretamente e indiretamente”, ressaltou.
Por meio da Promotoria local com auxílio do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca), o MP solicitou e articulou ainda a aplicação de medidas protetivas previstas no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).
Além disso, a partir desta segunda-feira, dia 21, psicólogos e assistentes sociais da Central de Assessoramento Técnico Interdisciplinar (Cati) do Caoca/MPBA estarão presentes para auxiliar a promotoria de justiça no atendimento integrado dos adolescentes que testemunharam os acontecimentos, em articulação com as redes de assistência social e de saúde municipais.
O MP segue firme também na elucidação dos fatos relacionados à ocorrência, contando com a atuação da Delegacia Territorial (DT) de Heliópolis, por seu delegado Thiago Alves Cunha, na apreensão da arma utilizada e aparelhos eletrônicos, enviados para perícia. A apuração corre sob sigilo e está sendo realizada pela Polícia Civil.
O município de Heliópolis, em atuação integrada com o MP e SSP, também garantiu assistência para todas as famílias, professores e funcionários do Colégio Dom Pedro I.