A Procissão de Nossa Senhora do Patrocínio em Paripiranga, municipio do Nordeste da Bahia realizada neste domingo, 24, foi marcada pela tradição quando centenas de pessoas fazem todo percurso pelas ruas da cidade de pés descalços, com o intuito de pagarem promessas por alguma dádiva alcançada.
A reportagem do Calila Notícias esteve presente no evento religioso e encontrou alguns pagadores de promessas a exemplo do casal Mateus e Rafaela, ambos vestidos de branco e descalços no momento da procissão. Rafaela informou que fez uma promessa durante a gravidez, se a filha Marina nascesse com saúde, iria a procissão da maneira como foram encontrados pelo CN. A filha completa 3 anos nesta segunda-feira, 25.
O CN encontrou também a senhora Jailma Leal da Rosa Nascimento, moradora da comunidade do Raso, distante 15 km da sede de Paripiranga, e o seu genro Carlos Henrique Santana Dias. Jailma disse que este é o 15º ano que vai a procissão vestida de branco após o surgimento de um nódulo no seio. Ela fez um pedido a Nossa Senhora que aquele nódulo não fosse maligno e se alcançasse esta dádiva “enquanto vida e saúde eu tiver vou a procissão vestida de branco”, disse Jailma.
Há dois anos Jailma viveu outro drama quando seu genro Carlos Henrique ficou entre a vida e a morte em um hospital de Aracaju, após sofrer um choque elétrico em via pública. Segundo ela, a família unida pela fé, fez o pedido a Nossa Senhora pelo restabelecimento da saúde de Carlos e ela atendeu. O jovem está cumprindo a promessa pelo segundo ano, usando camisa branca e pés descalços. Questionado se não sente dores nos pés, já que o percurso é longo, a resposta dele é que não sente dor, pois a fé é maior.
O senhor Pedro Leal Matos, de 61 anos, morador da sede de Paripiranga foi a procissão cumprir a promessa feita para que seu filho passasse no curso de Medicina e que participaria das procissões de pés descalços, ele já tinha participado da procissão de Corpus Christi da mesma forma como participou na procissão de Nossa Senhora do Patrocínio. Pedro esteve acompanhado pela esposa Edneide, que resumiu a atitude do marido como humildade e gratidão.
O CN conversou também com o padre Antônio Gomes e perguntou como acontece o pagamento de promessas durante a procissão e ele informou que geralmente as pessoas aproveitam este momento do novenário para fazer a promessa, caso até o próximo ano seu pedido seja atendido, a pessoa paga a promessa, ou seja, quem fez o pedido neste ano, no próximo ela paga, a maioria se veste de branco e dispensa as sandálias e sapatos.
Padre Antônio que é pároco de Paripiranga há 4 anos, disse que é muito importante “essa devoção do povo e a riqueza de nossa fé”.
O município de Paripiranga fica no ‘cantinho’ do Nordeste baiano e na divisa com o estado de Sergipe com as cidades de Simão Dias, Pinhão e Poço Verde.