A sessão ordinária da Assembleia Legislativa desta segunda-feira, 7, será transformada em sessão especial para reverenciar a memória de jornalista Wanda Chase, que morreu no último dia 3 de abril em decorrência de uma cirurgia de aneurisma da aorta, no Hospital Teresa de Lisieux, em Salvador. Inicialmente, a homenagem à comunicadora ia ocorrer no dia 13 de março, através de uma proposição da Bancada do Partido dos Trabalhadores, liderada pela deputada Fátima Nunes.
Manauara de registro, mas baiana de coração, a jornalista Wanda Chase seria oficialmente filha da Bahia no dia 13 de março, numa sessão que estava marcada no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia, às 15h, mas que foi adiada.
A homenageada, amazonense, neta de caribenhos, tinha 47 anos de experiência em comunicação e mais de 45 prêmios recebidos. A honraria é fruto do reconhecimento de todo o trabalho e trajetória que Wanda construiu na Bahia, desde que chegou em 1988, como jornalista, apresentadora, militante do Movimento Negro, e uma referência quando o assunto é cultura baiana.
A homenageada iniciou sua carreira jornalística no Jornal A Crítica, em Manaus, foi estagiária na TV Amazonas e trabalhou em Recife (PE) e Campina Grande (PB). Já na década de 80, Wanda visitava a Bahia para participar das passeatas pela libertação de Nelson Mandela, assim como da Noite da Beleza Negra e da Noite da Mãe Preta, através do Movimento Negro Unificado. Em 1988, Wanda se mudou para a capital baiana, foi conselheira e assessora de imprensa do Olodum, e trabalhou na TV Bahia por 27 anos, onde começou como repórter investigativa e depois se consagrou como jornalista de cultura e comentarista do Carnaval. Wanda trabalhou também na TV Aratu, na TVE e no portal iBahia.
De acordo com a proponente da sessão, deputada Fátima Nunes, o título é mais do que justo, diante de toda a representatividade de Wanda, além de ser uma maneira de agradecer e demonstrar todo o orgulho que a Bahia tem pela comunicadora. “Wanda Chase é, para nós, um símbolo da nossa baianidade. Ela tem uma alma baiana, escreve sobre nossa história e a nossa cultura há décadas, e vive na nossa cidade há mais de 35 anos. A Bahia abraçou e acolheu esta jornalista e em troca ela levou a nossa terra para o mundo. Nada mais justo do que devolver este carinho tornando-a uma cidadã baiana”, declara a líder do PT na ALBA.
BIOGRAFIA
Wanda Chase da Silva nasceu no dia 19 de novembro de 1950, em Manaus, Amazonas. É neta de avós maternos caribenhos, de quem herdou o sobrenome Chase, que significa ‘caçar’. É filha de um torneiro mecânico e de uma dona de casa, sendo a mais velha de cinco irmãos. Quando criança, Wanda desejava seguir a carreira de Magistério. Porém, aos 18 anos, uma professora de redação a incentivou a ser jornalista. Ao prestar vestibular na Universidade Federal do Amazonas, Wanda passou em 6º lugar e se tornou uma jornalista de referência na sua terra natal e na Bahia. Em 2002, recebeu o Título de Cidadã Soteropolitana concedido pela Câmara Municipal de Salvador. Wanda Chase foi jornalista, repórter, produtora, editora, apresentadora e comentarista. A comunicadora tinha o seu próprio podcast, o Bastidores com Wanda Chase, no qual recebia diversos músicos e artistas baianos para um bate papo sobre cultura e arte.
Na moção de pesar que apresentaram logo após a morte da jornalista, os parlamentares destacaram a importância da jornalista que tinha “o coração fincados na Bahia. Wanda dedicou sua vida profissional ao Estado que escolheu como sua terra, contribuindo de forma decisiva para o fortalecimento da mídia soteropolitana e baiana como um todo”.
CN | Ascom ALBA