Há um ano, o quinto menor município da Bahia, localizado na região turística da Chapada Diamantina, enfrentou a maior tragédia da sua história. Na noite de 7 de dezembro de 2013, os 4.500 habitantes da pequena Lajedinho foram surpreendidos por um temporal arrasador. Em duas horas, segundo a Defesa Civil, a localidade recebeu o volume de chuva que era esperado para três meses.
O canal que corta a cidade não suportou a força da natureza, transbordou e alagou parte baixa do município. A enxurrada decorrente da chuva provocou a morte de 17 pessoas – dentre idosos, adultos e crianças -, e deixou 600 moradores desabrigados. A tragédia chamou a atenção do país para as perdas e prejuízos que tomaram conta da região.
Um ano após o desastre, as marcas da tragédia ainda são visíveis em cada rua do município. Onde ficavam casas, escolas e prédios públicos, hoje existe apenas terra. As ruínas restantes foram intregradas à rotina dos moradores. Diante da tristeza, a população espera se reeguer.
Bloco e cimento chegam aos montes na região, que a partir de recursos do Ministério das Cidades, começa a se levantar. O sonho das novas moradias, entretanto, não é capaz de dissipar a tristeza daqueles que, durante 365 noites até aqui, deitaram a cabeça no travesseiro com a lembrança e saudade dos familiares mortos.
Reconstrução – As marcas da destruição ainda podem ser vistas por todo o município. Os rastros da enxurrada estão nas casas em ruínas, nas rachaduras que desenham as paredes dos imóveis e nas histórias de um povo que ficou marcado por uma tragédia.
Sessenta famílias continuam nas casas alugadas pela prefeitura. Quem pôde ficar na própria moradia com autorização da Defesa Civil agora começa a se preparar para a mudança a novos imóveis construídos no município, por meio do Ministério das Cidades. Antes da chuvas, a cidade tinha apenas 470 casas.
Um das pessoas que se prepara para a mudança é o aposentado José Quintino. Aos 94 anos, ele tenta ser forte para deixar para trás o local que guarda suas lembranças da juventude. “Eu vou. O coração vai meio pesado, mas eu vou para a gente ficar seguro”, refletiu.
Fonte: G1
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