O copiloto do Airbus A320 da Germanwings, Andreas Lubitz, 28 anos, que teria derrubado de propósito o avião nos Alpes franceses, escondeu que estava de licença por apresentar doença psicológica no dia da tragédia, segundo anunciou nesta sexta-feira (27) a procuradoria de Dusseldorf.
Policiais que vasculharam o apartamento do copiloto encontraram indicações médicas de doença psicológica, entre elas comprovantes de que ele se submeteu a tratamento psiquiátrico em 2008.
Segundo o jornal alemão “Bild”, Lubitz rompeu o noivado que mantinha há sete anos. Lubitz e a noiva planejavam se casar no ano que vem. Ainda segundo o “Bild”, um especialista teria recomendado que ele fosse reavaliado pela empresa por conta de “problemas emocionais”. Lubitz continuava em tratamento até o dia do acidente.
O copiloto é acusado de provocar a queda do avião com 150 pessoas a bordo. Ele era novo na empresa, mas havia cumprido todos os treinamentos com grau de excelência. Tinha 630 horas de voo e era um funcionário exemplar, segundo Carsten Spohr, CEO da Lufthansa. No entanto, teria se ausentado por três meses durante o treinamento em 2009 por motivos de depressão, segundo amigos.
Conhecidos ouvidos pela Associated Press afirmaram que ele não tinha quaisquer sinais de depressão. Mas de acordo com a “Der Spiegel” e o “Guardian”, amigos afirmaram que o motivo de seu afastamento em 2009 foram sintomas da doença. Pessoas próximas contaram aos jornais “Bild” e “Wall Street Journal” que o sonho de Lubitz era se tornar um grande piloto. Um clube de aviação do qual fazia parte escreveu uma nota dizendo que este era seu sonho de infância.
Perguntado sobre questões religiosas ou criminais envolvendo o copiloto, o promotor público de Marselha, Brice Robin, afirmou que não havia menção a ele em qualquer lista de suspeitos de terrorismo. Não haveria quaisquer indícios que apontassem para esta hipótese, ele sustentou. A informação foi reforçada pelo ministro alemão do Interior, Thomas de Maiziere, que disse não haver qualquer relação estimada do copiloto com o terrorismo. Lubitz morava em Düsseldorf por razões profissionais, mas ainda mantinha residência na casa dos pais, em Montabaur. O local foi revistado ela polícia nesta quinta-feira.
Robin não afirmou abertamente que acredita na teoria de suicídio, mas mostrou certeza de que o avião “foi jogado deliberadamente, para ser destruído”. Ele também afirmou que não há indícios de outros envolvidos na suposta ação. “A respiração do copiloto indicava que ele não aparentava ter um ataque cardíaco ou algo do tipo”, sugeriu. Os sons que emitia eram absolutamente normais.
Fonte: Correio24horas