Mais 13 casos da síndrome Guillain-Barré foram confirmados na Bahia, o que aumenta para 42 o número de pacientes com a doença, segundo o balanço atualizado na última segunda-feira (13) pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). O total de notificações subiu de 55 para 76. Dos casos confirmados, 26 têm histórico de dengue, zika ou chikungunya, vírus considerados epidêmicos no estado. A síndrome causou uma morte na Bahia.
Dentre os 76 registros, 25 das situações estão em investigação. Das demais notificações, a doença foi descartada em quatro situações e, em outras cinco, foram detectados outros tipos de eventos neurológicos, que não são a síndrome. A Sesab informou que mesmos os casos já confirmados continuam sendo estudados.
Dos 42 casos confirmados, a maioria está em Salvador, que tem 26 situações. Com dois casos, estão as cidades de Camaçari e Lauro de Freitas. Com um, estão Valença, Itabuna, Ipiaú, Serrolândia, Tanquinho, Jequié, Santa Bárbara, Conceição de Feira, Castro Alves e Cândido Sales. Dois dos casos têm identidade ignorados, de acordo com a Sesab.
O número de leitos reservados na Bahia só para receber pacientes com a síndrome saiu de 18 para 36, segundo o governo estadual. Além disso, o governo informou que pediu ao governo federal um aporte de R$ 15 milhões para enfrentamento das epidemias. O projeto de combate e contingência foi submetido há 60 dias.
Na semana passada, 300 unidades do medicamento imunoglobulina, utilizado para o tratamento da Síndrome de Guillain-Barré, foram enviadas à Bahia pelo Ministério da Saúde para reforçar estoque por conta do aumento dos casos notificados da doença.
A Sesab informou ao G1 que tem o medicamento imunoglobulina e que o suporte extra do ministério é uma medida preventiva. Além disso, 18 leitos de três hospitais de Salvador foram bloqueados apenas para atendimento de pessoas com suspeita da síndrome. Antes dos casos atuais, o estado não tinha o controle da doença porque o registro era compulsório para maiores de 15 anos, segundo a Sesab.
A Síndrome Guillain-Barré é uma doença neurológica rara, que não tem causa definida, mas pode ser associada a doenças virais. Ela causa fraquezas ascendentes e paralisias flácidas, que costumam começar pelos membros inferiores e podem atingir as vias respiratórias. De acordo com informações do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem 35 procedimentos para tratamento da síndrome, entre diagnósticos, clínicos, cirúrgicos, de reabilitação e medicamentos.
Nesta quarta-feira, 250 profissionais de saúde se reuniram no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, para discutir se a doença pode ter relação com três doenças que apresentam registros epidemiológicos no estado: dengue, chikungunya e zika. De acordo com a Sesab, a Bahia vive epidemia dessas três doenças. A dengue tem 45.538 notificações, a chikungunya 11.351 e, além disso, já são 32.873 de doença exantemática indeterminada, tipo a zika.
A zika foi identificada a partir de fevereiro de 2015 após diversas ocorrências de casos de uma doença com sinais e sintomas que se assemelham a dengue, mas com características clínicas diferentes como manchas na pele e febre de baixa intensidade. No dia 21 de maio, o Ministério da Saúde informou a validação da metodologia utilizada pelos pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que identificaram a doença como Zika Vírus.
As cidades da Bahia que possuem maior número de casos notificados de Zika são Salvador (46,18%), Camaçari (16,32%), Jequié (3,75) e Porto Seguro (2,90%). Ao todo, eles somam 69,15% dos casos no estado. Já a dengue apresentou aumento de casos de 162,72%, de janeiro a junho deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram 17,333 casos. E os casos de chikungunya foram notificados em 177 municípios da Bahia. As informações são da Sesab.
G1.com