Alunos da Escola Municipal Nucleada Aritaguá, localizada no distrito Ponta do Ramo, no município de Ilhéus, sul da Bahia, tiveram de deixar as salas de aula para estudar em um espaço que faz parte de um bar. Isso porque a unidade de ensino fundamental, única da localidade, está em condições precárias e não pode abrigar os estudantes.
Um comerciante local foi quem cedeu o espaço para que os alunos pudessem continuar estudando de forma improvisada. Os dicentes estão na área do bar desde o fim das férias de junho.
A escola, que fica perto do estabelecimento comercial, está com infiltrações nas paredes e com as janelas quebradas. Dentro das salas de aula, o forro caiu e a instalação elétrica é precária. Além disso, também é possível ver cupins no local. Caso não tivessem sido alojados no bar, os alunos teriam que ir de ônibus para uma escola no centro de Ilhéus, que fica a cerca de 30 km da localidade, mas o acesso é muito difícil devido às condições de tráfego da estrada de terra.
O comerciante Manoel Monteiro, que disponibilizou o espaço aos alunos, conta que ficou sensibilizado. “Na semana passada a ex-professora estava sentada aqui no meu bar e comentou que as crianças iriam perder o ano por não terem espaço de aula. Aí eu me sensibilizei para que as crianças não perdessem o ano por besteira “, disse.
No local, as salas são separadas por estantes. A iluminação é ruim e apenas um banheiro funciona. “O banheiro não é muito bom não, é ruim”, destacou o aluno Pedro Magalhães, que, apesar das dificuldades, diz que vai para o local todos os dias para estudar.
Mãe de um dos alunos, a dona de casa Valdeir Ramos diz ficar triste com a situação. “Eu me sinto trite de ver estudando em um bar e não em uma escola”, afirma.
A direção da escola informou que os danos na estrutura da instituição foram causados pelas fortes chuvas que atingiram a região no início do mês. Já a Secretaria de Educação de Ilhéus disse que transferir as aulas para o bar foi a única solução encontrada.
“Foi o espaço possível. Como não é um espaço que vai durar muito tempo, porque a reforma não deve durar muito tempo, já que a escola não está tão danificada assim, eu acho que não vai ter problema. O engenheiro já esteve lá [na escola], já viu qual é o problema do telhado, do forro, está providenciado o início da reforma para a semana que vem”, garantiu a secretária de Educação Marlúcia Rocha.
G1.com