O suspeito de matar a estudante universitária Marianna Oliveira Teles, 22 anos, durante uma tentativa de assalto no último sábado (29), no bairro do Costa Azul, foi preso nesta terça-feira (1º). A informação foi confirmada pela delegada Andréia Ribeiro, titular da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico).
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública, a apresentação de Gilmário Alves dos Santos, 22 anos, acontecerá nesta quarta (2), na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
A Polícia Civil não deu detalhes de como foi a prisão, que ocorreu em uma localidade conhecida como “Inferninho”, no bairro da Boca do Rio.
Equipes do Grupo de Apreensão e Captura (Grac) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da 1ª Delegacia de Homicídios (Atlântico), da 9ª Delegacia Territorial (Boca do Rio) e da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV) participaram da prisão.
Gilmário será autuado em flagrante por latrocínio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma. Uma pistola 380, um revólver calibre 32, munições, maconha, material para acondicionar cocaína e uma balança foram apreendidos com o bandido. A arma utilizada no crime, um revólver calibre 38, ainda não foi localizada.
Retrato falado
Na tarde de segunda (31), um retrato falado feito com base no depoimento prestado pela segunda vítima do crime, um vendedor que teve o veículo roubado pelo latrocida, foi divulgado pela polícia. O veículo modelo GM Cruze Branco, placa, OUI -5413, foi levado depois de a estudante ter sido atingida.
“Em depoimento, ele (vendedor) disse que estava parado no cruzamento da rua Profª. Maria Helena Fonseca, que fica transversal a de onde o assaltante cometeu o crime, quando foi abordado. Ele informou que o homem estava armado, nervoso e que aparentava estar sob efeito de drogas. Ele disse que também foi ameaçado”, relatou a delegada.
Ainda de acordo com a delegada, o latrocida teria efetuado o disparo após Marianna tentar correr em direção ao prédio do namorado. “Ainda não sabemos se ela de fato teria reagido, mas sabemos que ela chegou a correr para o prédio do namorado e tocar o interfone, mas ele estava em outra ligação no celular e só percebeu o que tinha acontecido depois de ouvir os tiros”, explicou Andreia, que não confirmou a informação de que a estudante teria jogado uma mochila para dentro do condomínio, como vinha sendo divulgado.
Assassino estava preso desde dezembro no ano passado.
Foi expedido alvará de soltura no dia 4 de agosto, três semanas antes do crime que vitimou a jovem. Gilmário Alves dos Santos foi preso em 11 de dezembro do ano passado por tráfico de drogas na região do Inferninho, na Boca do Rio.
Gilmário, que já tinha passagem de 2013 também por tráfico de drogas, foi preso com cerca de 145 gramas de cocaína. Na época, ele negou que a droga fosse sua. Na decisão do Tribunal de Justiça da Bahia, é mencionado que Gilmário estava preso há oito meses no Complexo da Mata Escura “sem que tenha dado causa à mora no andamento processual” – ou seja, sem atrasar o processo. A prisão foi relaxada porque a Justiça entendeu que havia “a existência de constrangimento ilegal” em mantê-la.
A denúncia contra Gilmário foi recebida e foi marcada uma audiência para o dia 25 de fevereiro de 2016 pela manhã sobre o caso.
Policiamento
O governador Rui Costa lamentou a morte da estudante e disse já ter ordenado a ampliação do efetivo de policiais militares em operações especiais nas ruas da capital e do interior.
Questionado sobre o caso, o governador disse estar “profundamente triste”, e que quer “aumento no número de blitz a partir dessa semana”. “Eu determinei pagar mais hora extra, porque eu quero mais homens policiais nas ruas. Não dá para presenciar e acompanhar isso. Então, a partir dessa semana, peço a compreensão da população, porque às vezes é melhor um transtorno passageiro de ter o carro e o ônibus revistados do que uma dor definitiva”, disse o governador.
“Os policiais militares têm se esforçado para cumprir o trabalho, com carga horária grande, muitas vezes já em hora extra. O que precisamos é de abertura de concurso para contratação de mais policiais. Atualmente são aproximadamente 35 mil em todo o Estado. Não é o bastante. Além disso, a polícia precisa de estratégia para combater o crime, e o Comando Geral da PM, dentro do possível, tem tentado mudar a forma de atuar”, disse.
Procurada pela reportagem do CORREIO, a Polícia Militar informou em nota que as blitze irão aumentar em 50% em todo o estado. “Atualmente, as unidades operacionais da PM fazem mensalmente 8.700 blitze em todo o estado e, com este aumento, passaremos a fazer mais de 13 mil, ampliando as ações preventivas em 50% na produtividade”, diz o comandante geral, coronel Anselmo.
Fonte: Correio