“A estratégia do silêncio usada pelo governo estadual como forma de deixar cair no esquecimento as inúmeras irregularidades denunciadas pela oposição, não deve e não pode servir à grave situação em que se encontram mais de dois mil transplantados no estado. Desde o dia 14 de março, essas pessoas estão sem a indispensável medicação Azatioprina, fornecida exclusivamente pela secretaria estadual de saúde (Sesab). É um problema que precisa ser resolvido urgentemente para não prejudicar vidas humanas”, reclama o presidente da Fundação Liberdade e Cidadania, José Carlos Aleluia.
Para Aleluia, a indiferença irresponsável do governo com o problema está levando ao desespero milhares de baianos que dependem dessa medicação. “Onde estão o governador Jaques Wagner e o secretário Jorge Solla, que não se sensibilizaram ainda com o emocionado apelo da jornalista Aleksandra Pinheiro que vem usando as redes sociais para denunciar esse drama social?”.
O ex-deputado federal não compreende a insensibilidade associada à negligência do governo. “Na farmácia do Hospital Ana Nery, que é um posto autorizado para a distribuição dos medicamentos de alto-custo, não há estoque nem previsão de entrega da Azatioprina, droga que evita a rejeição do órgão transplantado”.
De acordo com a presidente da Associação de Transplantados da Bahia (ATX-BA), Márcia Chaves, há um problema de gestão na Sesab. “A Azatioprina é uma medicação relativamente barata e é obrigação do estado provê-la aos transplantados, que necessitam dela sob o risco de perderem o transplante e voltarem, no caso dos renais, ao tratamento com hemodiálise, cujo custo é muito maior para o governo”.
Márcia Chaves alerta que a situação é de emergência. “Nós, transplantados, não podemos deixar de tomar a medicação um dia sequer. A situação gera desespero e abala nossos familiares. Essa é uma luta pela vida!”, diz, acrescentando que, no governo de Paulo Souto, o secretário de saúde José Antonio Rodrigues firmou parceria com a associação e não faltava medicação.
Fonte: ASCOM