Enquanto as ideias místicas continuam alimentando a imaginação, que faz pensar em almas descansando eternamente ao lado de Deus ou reclamando para sempre contra castigos sem fim; enquanto alguns dirão que os mortos dormem até o juízo final e que certos fenômenos são artimanhas de forças inimigas e, enquanto ateus convictos se contentam com a pobre noção de que “morreu acabou”, um relatório produzido por peritos da Unicamp acaba de dar a entender que os chamados mortos podem estar bem vivos realmente e alguns deles até falam pelo telefone.
Para quem acha muito estranho este tipo de afirmação, é sempre bom lembrar que também o padre brasileiro Landel de Moura, o verdadeiro inventor do Rádio, ao realizar a primeira transmissão radiofônica sem fio, por volta de 1890, foi acusado de ter parte com o inimigo e teve seus aparelhos quebrados, tamanha era a ignorância e espanto do povo, diante de uma tecnologia tão alta para a época.
Para quem ainda não conhece o trabalho de cientistas idôneos e brilhantes como William Crookes, que descobriu no século XIX os raios catódicos, mais tarde reconhecidos como indispensáveis à invenção da televisão, informações como esta que trazemos aqui podem parecer fantasiosas, mesmo diante de um parecer técnico como o que foi emitido pela Unicamp. Afinal, para quem não quer acreditar, por qualquer razão, não há prova que baste.
O próprio William Crookes por pouco não foi ridicularizado por seus colegas cientistas da época que, tanto quanto muitos da atualidade, cultivam ideias preconcebidas em relação ao tema. Posteriormente, Crookes foi empossado na Associação Britânica pelo Avanço da Ciência e reafirmou tudo quanto tinha pesquisado e compreendido.
Em 1870, este físico e químico inglês decidiu que a ciência tinha o dever de pesquisar os fenômenos associados ao espiritualismo e registrou várias informações relacionadas às suas próprias pesquisas, que foram realizadas com rigor científico, em espaço preparado por ele, a fim de descartar qualquer hipótese de fraude dos paranormais que ele analisou.
Em um de seus registros, Crookes declarou: “Pequena mão de muito bela forma elevou-se de uma mesa da sala de jantar e deu-me uma flor; apareceu e depois desapareceu três vezes, o que me convenceu de que essa aparição era tão real quanto a minha própria mão”.
Tanto tempo depois, a ignorância segue impelindo as pessoas à compreensão puramente mística ou cética quanto à realidade invisível. Mesmo nos ambientes religiosos, porém, o ceticismo e o misticismo não são a regra de compreensão destes fenômenos e o padre belga François Brune é hoje o nome católico mais conhecido no mundo, quando se trata de Transcomunicação Instrumental, que nada mais é do que um recurso que possibilita a comunicação entre este mundo e o chamado mundo espiritual, por meio de aparelhos eletrônicos. Foi o que ocorreu e é demonstrado na reportagem cujo link se encontra abaixo deste artigo.
A desinformação ou má informação leva as pessoas a reagirem a estas descobertas com desconfiança, ironia ou medo. Muitas delas foram acostumadas pelo sistema religioso a afastar-se de qualquer discussão, nesse campo, alegando uma proibição bíblica.
Acontece que o professor Severino Celestino, da UFPB, profundo estudioso de línguas antigas e da própria Bíblia, afirma que o livro Deuteronômio menciona uma proibição de consulta a cadáveres, que era o que acontecia na região em que o livro foi escrito. Em nenhum momento, esse livro se refere à proibição da comunicabilidade entre as almas da Terra e as mais além.
A Transcomunicação Instrumental não é, como os apressados acreditam, uma empresa para chamar mortos ao telefone, e sim um campo experimental da ciência que coleciona, inclusive aqui no Brasil, fenômenos surpreendentes.
É evidente que no campo do moderno espiritualismo, assim como em todas as áreas do conhecimento, há gente ética, criteriosa e gente que engana a si mesma e aos demais. Cabe a cada interessado pelo assunto vencer os próprios preconceitos e buscar as fontes mais seguras. Elas existem.
Como disse o próprio William Crookes: “É absolutamente verdadeiro que uma conexão foi estabelecida entre este mundo e o outro”. Certamente isto não se faz a toque de caixa nem pelo simples desejo egoísta de cada um, mas as evidências são crescentes e as boas surpresas, de uma forma ou de outra, acontecem.
Link para a reportagem:
José Avelange Oliveira, licenciado em Letras pela Universidade Estadual da Bahia, psicopedagogo institucional pela Universidade Cândido Mendes.