O presidente cubano Raúl Castro voltou a pedir nesta segunda-feira (21) o levantamento do embargo econômico imposto à Cuba durante reunião histórica com o presidente americano Barack Obama no Palácio da Revolução, em Havana. Obama, que defende o fim das restrições, disse que isso depende em parte de conversas sobre os direitos humanos dentro de Cuba.
Após o encontro, durante coletiva de imprensa conjunta, Castro saudou as iniciativas tomadas até agora para a normalização das relações entre os dois países, mas disse que elas não são “suficientes”. Segundo ele, o embargo econômico vigente desde 1962 e a presença americana na Baía de Guantánamo continuam sendo “obstáculos” para a normalização das relações entre EUA e Cuba.
“Reconhecemos a posição do Obama e de seu governo ante o bloqueio e seus reiterados pedidos ao Congresso para que o elimine. As últimas medidas (de alívio ao embargo, decididas por Obama) são positivas, mas não suficientes”, acrescentou.
O fim do embargo, que depende do Congresso norte-americano, já foi defendido tanto por Castro como por Obama desde que os dois países anunciaram a reaproximação.
Nesta entrevista desta segunda, Obama disse acreditar que o Congresso tem “crescente interesse” ao fim do embargo e que dois fatores podem acelerar o processo de levantamento: as vantagens que virão das mudanças feitas até agora e a discussão sobre os direitos humanos na ilha.
No entanto, Castro disse que não é correto “politizar” o tema dos direitos humanos e que “nenhum país do mundo” preenche todos os requisitos internacionais para os direitos humanos.
Segundo Obama, as “sérias discordâncias” sobre direitos humanos e democracia são um “impedimento” para o fortalecimento dos laços entre os dois países.
O presidente americano disse que os EUA estão sendo “agressivos” em exercer flexibilidade nas relações com Cuba, uma vez que a lei sobre o embargo à ilha ainda não foi abolida pelo Congresso.
“O embargo vai acabar. Quando, não estou inteiramente certo. Mas acredito que ele vai acabar e o caminho no qual estamos vai continuar além da minha administração”, disse Obama, que encerra seu mandato no fim, deste ano.
G1.com